Alelopatia: como ajuda no controle de ervas daninhas?

17 de novembro de 2021 4 mins. de leitura
Plantio conjugado de espécies com alelopatia negativa pode inibir o crescimento de ervas daninhas e proteger a lavoura

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Uma das principais preocupações do agricultor se refere às ervas daninhas. Junto a outros fatores, como insetos, elas exigem um manejo integrado para garantir a produtividade e a qualidade do plantio.

E se fosse possível usar outras plantas para inibir o crescimento das espécies que atrapalham a lavoura? Essa é uma das aplicações da alelopatia. 

Saiba mais sobre o assunto e entenda como aplicar corretamente essa técnica.

O que é alelopatia?

A alelopatia corresponde à forma como duas ou mais plantas interagem entre si, quando próximas. (Fonte: Altrendo Images/Shutterstock/reprodução)
A alelopatia corresponde à forma como duas ou mais plantas interagem entre si, quando próximas. (Fonte: Altrendo Images/Shutterstock/reprodução)

A alelopatia se refere à interação que a planta tem com o ambiente, sobretudo com a terra, de forma a afetar outras plantas ao seu redor. 

A expressão foi usada pela primeira vez por Hans Molisch em 1937. O cientista usou as palavras gregas allelon (de um para outro) e phatos (sofrer), fazendo alusão à interação bioquímica entre plantas e microrganismos.

Isso é algo que se percebe no cotidiano do campo. Produtores rurais conhecem algumas regras básicas de vegetais que crescem bem juntos, como companheiros, e outros casos em que “não há um bom casamento”.

O mamão é um exemplo. Ele é ótimo para o milho, mas não é uma boa companhia para o tomate, a alface e a cenoura. Por isso, diz-se que existe alelopatia positiva e negativa.

Como ocorre a alelopatia?

A alelopatia consegue manejar esse conhecimento para otimizar a lavoura. O produtor pode usar e abusar da relação entre as plantas companheiras. Veja mais exemplos:

  • milho e batatinha
  • espinafre e moranguinho
  • alho e ervilhaca
  • beterraba e couve
  • beterraba e alface
  • cenoura e ervilha
  • cebola e alface

O agricultor pode plantar os vegetais próximos uns dos outros alternadamente e aproveitar para incluir outras técnicas, como a cobertura — quando uma espécie maior e mais resistente ao sol faz sombra à outra menor e mais sensível à luz. 

Mas como aproveitar a técnica da alelopatia para o controle das ervas daninhas?

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Alelopatia em plantas daninhas

Manejo por meio da alelopatia é capaz de reduzir a ocorrência de ervas daninhas sem métodos mais invasivos. (Fonte: Shift Drive/Shutterstock/reprodução)
Manejo por meio da alelopatia é capaz de reduzir a ocorrência de ervas daninhas sem métodos mais invasivos. (Fonte: Shift Drive/Shutterstock/reprodução)

Uma boa forma de combater as ervas daninhas é usar o conhecimento da alelopatia. Assim, além de intercalar culturas que são companheiras, é possível incluir no plantio espécies que têm alelopatia negativa com a erva daninha predominante na lavoura.

O principal benefício disso é diminuir o uso de pesticidas e outros meios mais invasivos do manejo integrado de pragas.

Quer um exemplo? Veja como isso funciona na cultura da soja.

Como reduzir ervas daninhas na soja

Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Elemar Voll, uma boa saída para diminuir as ervas daninhas na plantação de soja é intercalá-las com braquiária, uma das pastagens mais comuns do Brasil. 

Esse capim é bastante útil no controle da trapoeraba, uma das ervas daninhas que mais afetam a soja, já que ele libera ácido aconítico e ele é um inibidor do crescimento da planta indesejada.

De acordo com Voll, deve-se usar esse exemplo de alelopatia com alguns outros cuidados, como fazer a cobertura do solo para só então plantar a braquiária em meio à soja. 

Essa é uma forma barata, eficiente e sustentável de controle de ervas daninhas. Por isso, vale a pena consultar um engenheiro agrícola, e até mesmo realizar alguns testes em partes da plantação para monitorar a resposta da interação entre as plantas. 

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Fonte: eCycle.

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