Colheitadeira: quais são os principais tipos?
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Em 2022, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou uma pesquisa em que analisou a taxa de produtividade do agronegócio brasileiro, e os números foram surpreendentes. Entre 1975 e 2020, a Produtividade Total dos Fatores (PTF) na agricultura cresceu 400%. Vários fatores explicam esse número, entre eles o crescimento das terras produtivas, o desenvolvimento de pesquisa e tecnologia para otimização da produtividade e a tecnologização do campo. Sem dúvida, as máquinas agrícolas cumpriram um papel fundamental no destaque que o Brasil ganhou no agronegócio mundial, e as colheitadeiras estão entre as máquinas mais utilizadas por produtores.
As colheitadeiras, ou colhedoras, executam uma das etapas mais importantes da produção: a consolidação do produto, depois de todo o investimento durante a safra. As máquinas mais modernas são capazes de colher as plantas em tempo recorde, e algumas até fazem preparos, como debulhar, picar, separar grãos e cascas e limpar outras impurezas. Dessa forma, o produto fica disponível para armazenamento ou processamento industrial de forma muito mais rápida, o que otimiza a cadeia produtiva.
Atualmente, algumas colheitadeiras mais avançadas chegam a custar até R$ 2 milhões e conseguem colher 3 mil sacas de 60 quilos (de soja, por exemplo) em 8 horas. Diferentes tipos de produção demandam variedade das colheitadeiras agrícolas. Algodão, café, feijão, soja, milho e trigo são algumas das culturas que exigem certas especificidades das máquinas. Em razão do grande volume de produção, as colheitadeiras são mais utilizadas no Brasil nas culturas de grãos.
Tipos de colheitadeira
As colheitadeiras podem ser divididas em três tipos em relação ao funcionamento:
- automotrizes;
- montadas;
- de arrasto.
As máquinas automotrizes não precisam de motor externo para funcionar, então se deslocam e realizam atividades por conta própria. As colheitadeiras de arrasto precisam de um motor externo (auxiliar) ou da tração de um trator agrícola para funcionar. Já as máquinas montadas devem sempre estar acopladas a um trator agrícola para se movimentar e ser tracionadas.
Existem também colheitadeiras específicas para alguns tipos de cultura, como café, cana-de-açúcar e algodão. Alguns modelos de coletora podem apresentar adaptações para instalar diferentes tipos de cabeçote, que são partes que se integram ao corpo maior da máquina e têm dentes metálicos ou plásticos, barra de corte e um rolo giratório com especificações de tamanho para a cultura em que atuam.
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As máquinas mais modernas conseguem realizar todas as operações das colheitas. De modo geral, elas funcionam realizando as etapas descritas a seguir.
Função de cortar
Em algumas culturas, a planta precisa ser cortada ou arrancada. Nesses casos, as colheitadeiras funcionam da seguinte maneira:
- as hastes das plantas são decepadas pela barra de corte;
- o molinete, então, tomba as plantas, com velocidade e ângulo ajustados a cada tipo de plantação;
- o material cortado é levado para o centro por um cilindro oco, onde dedos retráteis coletam as plantas, que vão para a esteira alimentadora (garganta).
Função de trilhar
Nas plantações em que é preciso retirar o grão da estrutura vegetal, como soja, café e feijão, as colheitadeiras funcionam majoritariamente conforme as seguintes etapas:
- um cilindro de trilha age por batimento (impacto) ou por fricção (atrito) sobre o material coletado;
- o côncavo envolve o cilindro de trilha e filtra o material a ser coletado (sementes, vagens, grãos);
- os restos vão para o sistema de separação.
Função de separar
As colheitadeiras têm um sistema de separação para onde o material coletado segue depois de ser retirado das plantas. Essa função varia de acordo com a máquina, mas no processo os resíduos (cascas e outros) são lançados para fora, e o grão segue para a limpeza.
Função de limpar
Na maioria das vezes, o processo de limpeza funciona com um sistema de ventilação e peneiras. Assim, o palhiço é removido e o grão é armazenado.
Como escolher?
Para escolher a colheitadeira ideal é preciso considerar vários pontos:
- em qual cultura ou em quais culturas ela será utilizada;
- se o modelo funciona nas diferentes plantações que podem aparecer em um sistema de rotação de culturas;
- qual é a área a ser cultivada;
- se o investimento e a manutenção da máquina valem a pena;
- se o fornecedor dá suporte e por quanto tempo;
- como será realizada a logística da colheita.
Vale lembrar que uma boa colheitadeira mal configurada pode dar prejuízo. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estima que 85% das perdas de grãos de soja ocorrem por falhas nos mecanismos de corte das colheitadeiras, portanto é fundamental que a manutenção esteja em dia para que o funcionamento das máquinas seja otimizado.
Fonte: Notícias do campo