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Com produção de cerca de 4 milhões de toneladas anuais e movimentação de US$ 12 bilhões, a indústria do cacau é responsável por empregar mais de 6 milhões de agricultores em todo o mundo. No Brasil, com foco em fortalecer ainda mais a cultura e liderar os rankings mundiais, os pequenos agricultores têm se juntado para otimizar o cultivo e elevar a produtividade.
A plantação nacional de cacau é liderada pelo Pará e usa, principalmente, sistemas agroflorestais. A Bahia, que estava no topo desse pódio até 2017, também atua como protagonista no setor. Nos últimos cinco anos, calcula-se que a produção cacaueira teve crescimento de 25% no Brasil, totalizando cerca de 193 mil hectares plantados.
A união dos pequenos produtores
De acordo com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a estimativa de expansão do setor para os próximos três anos é de 14% no Pará, com acréscimo aproximado de 30 mil hectares plantados. Atualmente, o fruto é responsável por movimentar cerca de R$ 1 bilhão por ano somente no estado.
Enquanto na Bahia o cacau é cultivado em propriedades de grande porte, no Pará o fruto é majoritariamente tratado por pequenos produtores. Prova disso está no fato de mais de 90% do cacau colhido virem da agricultura familiar. Sendo assim, a falta de assistência técnica para alinhar as melhores soluções de manejo e tratos culturais é um dos fatores que retardam a explosão do setor no mundo.
Para superar a falta de assistência e de incentivo financeiro, os agricultores têm apostado no cooperativismo, criando soluções de abertura de novos mercados, como a venda de chocolates de fabricação própria. Além disso, o cultivo do cacau orgânico tem sido o objetivo de muitos produtores da região, que buscam conquistar o mercado europeu e os demais consumidores que procuram uma forma alternativa, orgânica e sustentável de se alimentar.
Novas medidas de incentivo ao setor cacaueiro
O governo também tem voltado os olhos para o mercado do cacau no Brasil e reconhecido a necessidade de maior apoio e medidas incentivadoras para os produtores. Em fevereiro de 2020, a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) aprovou um projeto que visa à recuperação do setor. Entre as medidas, está previsto maior investimento em pesquisas que favoreçam a produção, melhorando aspectos de produtividade e qualidade do fruto. Ações para incentivar o consumo de chocolate no País, com a introdução do alimento nas merendas escolares, por exemplo, estão no planejamento.
Com alterações significativas no que já estava previsto em lei, a nova publicação garante maior autonomia para a Ceplac. De acordo com o autor do projeto, o Senador Ângelo Coronel, “o objetivo é estimular e fomentar a produção do cacau na Bahia e demais estados”, focando principalmente a alta qualidade.
O projeto seguirá para a câmara dos deputados caso não haja nenhum tipo de recurso na votação do plenário. Se aprovado, a Ceplac estará ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), sendo responsável pela criação e execução do Planejamento Estratégico Quinquenal do Cacau.
Outras ações previstas estrategicamente no projeto incluem ampliação de investimentos, procura e abertura de novos mercados, participação ativa em feiras e divulgação de peso no País e no exterior. Além disso, a Ceplac deverá incentivar a ampliação do uso do cacau não só na indústria alimentícia mas também na farmacêutica, bioquímica e cosmética.
Em busca do topo
No passado, o Brasil ocupava a segunda posição no ranking global de produção de cacau. Após uma crise ocasionada pela junção da doença vassoura de bruxa e de fatores climáticos, a produção caiu cerca de 400 mil toneladas.
Atualmente, o País se encontra na sétima posição, mas com potencial de se tornar novamente um dos maiores produtores de cacau do mundo. A união das medidas governamentais e do cooperativismo dos produtores está projetando um cenário forte e positivo para as próximas safras, aquecendo novamente os estados líderes, Bahia e Pará.
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Fonte: Senado e Agência Pará.