No final do mês de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro realizou uma viagem oficial à Índia, de onde retornou com 15 acordos bilaterais assinados com o premiê indiano Navendra Modi. Dos 48 pontos presentes na declaração conjunta, seis focam na agropecuária, sendo um em bioenergia. O acordo comercial tem como objetivo melhorar a aliança estratégica entre os dois países emergentes que possuem o desafio comum da reativação econômica em meio às várias críticas que recebem em âmbito doméstico e externo.
Com mais de 1 bilhão de habitantes, a Índia se tornou um mercado tão importante quanto o dos chineses. O grande desafio desse acordo comercial é aumentar as exportações. A meta dos governos brasileiro e indiano é dobrar o intercâmbio comercial já existente, de US$ 7 bilhões para US$ 15 bilhões até 2022.
Os grandes destaques da ida do Presidente à Índia estão na abertura de mercado para a exportação de gergelim brasileiro, nas parcerias do setor de pesquisas agropecuárias e na cooperação entre os dois países para o aumento da produção de bioenergia — com foco no etanol. Já os indianos vão exportar sementes de milho para o Brasil e ainda pretendem encerrar o questionamento feito pelo governo do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre os subsídios da Índia na produção de açúcar, considerado inadmissível pelos produtores indianos.
Etanol
Esse encontro foi importante para a indústria brasileira por dois motivos: garantir mais empenho na produção de etanol na Índia e conseguir o compromisso do governo indiano para deixar de subsidiar as exportações de açúcar.
Houve reconhecimento de ambos os lados sobre a importância da cooperação bilateral do investimento em bioenergia para que os dois países alcancem seus objetivos econômicos, energéticos e ambientais. Pensando nisso, registraram o aumento da produção de etanol e a adoção na matriz de combustíveis da Índia.
Pecuária
A partir de agora, Brasil e Índia vão desenvolver projetos em parceria para pesquisa e produção animal. Segundo divulgado em nota oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a declaração “prevê cooperação em sanidade animal (comércio de animais, material genético e produtos de origem animal), que envolve pecuária e pesca; capacitação técnica (assistência técnica, cursos e estágios e transferência de tecnologia em reprodução animal) e pesquisa em genômica bovina e intercâmbio mútuo de germoplasma (material genético)”.
Os dois países também se comprometeram com a instalação de um Centro de Excelência em Pecuária Leiteira no território da Índia.
Conselho de Segurança
O primeiro-ministro da Índia ainda aprovou o ingresso do Brasil como um membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para um mandato de dois anos (2022 e 2023). Porém, essa vaga também é pleiteada pela própria Índia.
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Fonte: Estadão, Mapa