A compra e a venda de máquinas e equipamentos usados no agronegócio representam uma solução importante para o campo e para esse setor fundamental da economia do País. A troca de maquinário mais antigo na compra de um novo, processo conhecido como trade-in, é importante para que a tecnologia chegue a produtores que não têm acesso a ela ou que querem melhorar suas atividades – das cerca de 6 milhões de propriedades agrícolas brasileiras, apenas cerca de 1 milhão são mecanizadas.
O processo de aquisição por meio de plataformas eletrônicas foi impulsionado durante a pandemia. As ferramentas comerciais e de precificação dessas máquinas passaram a se tornar mais comuns entre os produtores de todo o País.
Marcelo Kozar, diretor executivo do Grupo Via Máquinas e detentor da tabela de preços Via Consulti, comenta a transformação e as particularidades que existem no setor agrícola. “Diferentemente de veículos como carros, a tabela de preços de máquinas agrícolas leva em conta outros fatores além do ano de fabricação, como a aparência, funcionalidades, atividade de uso, tecnologia, horas trabalhadas e região de uso, para fazermos o algoritmo da precificação.”
Há 12 anos no mercado, a Via Máquinas é uma plataforma tecnológica especializada na gestão de equipamentos usados das concessionárias. Kozar participou do debate “Máquinas agrícolas: equipamentos usados no agro, uma solução para todos”, promovido pelo Estadão Blue Studio nas plataformas digitais do Estadão. Ao lado dele na conversa estava Marco Antônio Vasques de Miranda, diretor comercial e de marketing da revenda John Deere Áster Máquinas, cujo negócio é a comercialização de maquinário novo.
Ambos ressaltaram a importância que a circulação de máquinas usadas entre diversas localidades brasileiras tem no panorama do agronegócio. Também, informaram que estão trabalhando juntos para prover mais e melhores alternativas aos produtores, que ganham com a inclusão tecnológica na democratização trazida com essa distribuição do maquinário. “Seja em área de expansão seja em renovação de frota, precisamos dar ao cliente uma solução para a máquina usada”, diz Miranda.
“Normalmente, o cliente entrega uma com quatro, cinco ou seis anos de uso e precisa trocar por algo mais moderno e produtivo, com tecnologia embarcada, atualizada às inovações do mercado, para que possa diminuir o custo de operação, melhorar a disponibilidade mecânica nas janelas de plantio e colheita. Temos de ajudá-lo a fazer isso”, acrescenta.
Kozar explica que os produtores costumavam ir a concessionárias fazer essa troca, porém, com a pandemia, foi grande a expansão das frentes digitais para essa atividade. Sua plataforma de leilões Usadão Máquinas teve um crescimento de 135% nesse período. “Em média, em 70% das vendas de equipamentos novos há a entrada de usados como parte do pagamento, e só no ano passado foram produzidos e distribuídos mais de 50 mil equipamentos novos entre tratores e colheitadeiras.”
Miranda destaca ainda o empoderamento de cada vez mais produtores se tornarem gestores com o tempo. “Para comprar um produto novo, ele [o produtor] precisa se programar, eu preciso programar a fabricação. A vinda da máquina usada facilita a troca – fazemos a venda quando ele já dispõe do equipamento antigo e já temos o novo para entregar”, explica. “Trata-se de um ganha-ganha com o cliente.”