Nos últimos 26 anos, o Brasil vem mantendo a liderança como maior exportador de tabaco do mundo, responsável por 25% a 30% dos negócios. Em 2018, foram exportadas 461 mil toneladas do produto, o que correspondeu a uma receita de US$ 2,09 bilhões, representando 0,8% das exportações nacionais.
As expectativas para 2019 são ainda melhores. Somente entre janeiro e agosto, foram embarcadas 345 mil toneladas, gerando receita de US$ 1,35 bilhão. Quando comparado ao mesmo período de 2018, observa-se crescimento de 16,5% em rendimentos e de 30,4% em volume. Estima-se que até dezembro haja aumento de 6% a 10% na receita e de 10% a 15% na quantidade total de tabaco.
A exportação, além de movimentar altos valores para a receita nacional, movimenta uma enorme quantia aos produtores; entre 2017 e 2018, estima-se que as 632 mil toneladas produzidas renderam R$ 6,28 bilhões. Ao todo, são 150 mil pessoas investindo e produzindo no Brasil, cultivando 289 mil hectares em 556 municípios; 600 mil pessoas estão envolvidas com a produção rural e 40 mil estão empregadas em indústrias relacionadas ao tabaco. Nessa conta, o Rio Grande do Sul é responsável por 51,12% da produção nacional.
Controvérsias envolvendo o tabaco
Mesmo sendo um produto importante nas exportações e movimentando muito dinheiro, o fumo carrega controvérsias, a começar pelos fumicultores, envolvidos diretamente na safra e o elo mais fraco nesse processo. Enquanto os produtores geram receita bilionária, os cultores recebem uma fração mínima, apenas o bastante para sobreviverem.
Isso é atrelado às péssimas condições de trabalho que enfrentam com o mau uso ou a falta de equipamentos de proteção individual (EPI) adequados, além de estares sujeitos a contaminações de químicos como o manganês, que pode acarretar o desenvolvimento do mal de Parkinson. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há registros de um grande número de casos de depressão entre esses trabalhadores.
Dessa forma, a alta quantia financeira movimentada acaba por balancear os prós e os contras e abrir precedentes para ser alvo de opiniões controversas. Em 2016, houve queda de 39.808.127 de embalagens, o que corresponde a 86% da exportação, mas em 2017, graças ao comércio com a Argentina, o percentual voltou a subir. Logo, apesar de as indicações da OMS serem extremamente claras quanto ao uso dessas substâncias, o mercado segue abastecido e pulsante, enquanto houver usuários que façam uso delas.
Fonte: Instituto Nacional do Câncer, Agro em Dia, Agronovas.