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Própolis verde: produto mineiro atrai mercado internacional

Minas Gerais vem chamando atenção de apicultores no mundo todo, e não é pela qualidade do mel produzido. O estado brasileiro se tornou destaque no exterior por outro produto feito pelas abelhas: própolis. Com propriedades antioxidantes, antimicrobianas e anti-inflamatórias, o extrato de própolis também tem uma vasta gama de minerais e vitaminas benéficas para os humanos. Mas se esse é um produto facilmente encontrado nas colmeias do planeta inteiro, então por que o própolis mineiro está atraindo tanta atenção?

A resposta vem das particularidades encontradas no produto. A produção de própolis varia conforme o ambiente em que as abelhas realizam os processos de polimerização e as plantas com as quais entram em contato. Algumas regiões de Minas Gerais têm uma planta específica que afeta o própolis e altera sua coloração para verde: o alecrim-do-campo. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), essa coloração só pode ser obtida em territórios com abundância desse tipo de alecrim, que também oferece uma grande riqueza de propriedades medicinais que atraem o mercado nacional e internacional.

Portanto, se o extrato de própolis já é utilizado frequentemente como remédio para o auxílio em regeneração de tecidos, cicatrização, gripes, doenças respiratórios e tantos outros problemas, o produto feito no Brasil se apresenta como forte fonte de recursos para a indústria farmacêutica. Em 2016, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) reconheceu o território mineiro com o certificado de Denominação de Origem para o própolis verde. Portanto, a região de 102 municípios responsável pela produção de 100 toneladas do produto ficou delimitada como Região do Própolis Verde de Minas Gerais, também marcada por apresentar um solo ácido e com alto teor de ferro, característico de territórios com exploração de minério.

A conquista do mercado de própolis

Se hoje o própolis verde é disputado no comércio da apicultura, no passado não parecia tão atraente para os produtores de mel. Durante a década de 1980, o produto se apresentava como um problema para os apicultores, pois atrapalhava o manejo das colmeias. Para solucionar esses “problemas”, os apicultores mineiros raspavam a substância e jogavam fora.

O própolis verde continuou despercebido pelo mercado até o congresso realizado pela Federação Internacional de Associações de Apicultores (Apimondia) no Rio de Janeiro em 1989. A partir daquele momento, os apicultores japoneses tomaram conhecimento do produto e ficaram muito interessados na exportação para seu país.

Em 2019, durante o último congresso da Apimondia, no Canadá, o própolis verde foi mais uma vez apresentado ao mercado internacional. A produção audiovisual intitulada de Green Propolis: a Gift from Brazilian Nature to the World (Própolis Verde: Um Presente da Natureza Brasileira para o Mundo, em tradução livre) fez questão de iluminar os olhos do mundo para o diferenciado própolis verde. O material conquistou o terceiro lugar no concurso World Beekeeping Awards Apimondia 2019 na categoria Vídeo.

De acordo com a Emater, 100 toneladas de própolis verde produzidas por ano são comercializadas principalmente com China, Coreia do Sul, Estados Unidos e, principalmente, Japão.

O aumento da produtividade

Com os olhares internacionais da apicultura voltados para Minas Gerais, era de se esperar que a produção de própolis verde aumentasse. O que uma vez rendia 250 gramas anuais por colmeia, passou para a impressionante marca de 1,5 kg por colmeia. Ou seja, a introdução de novas técnicas e a compreensão geral sobre os melhores períodos de colheita do própolis proporcionaram aumento de seis vezes na produção local.

Grande influência no mercado de própolis mineiro parte do próprio governo local. A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) do estado desenvolve diversas ações durante o ano para incentivar a produção e comercialização do produto. Com fiscalização e certificação da qualidade dos apicultores da região, o governo se certifica de que nada de errado aconteça com a produção de própolis, principalmente em relação à inspeção sanitária, que qualifica a produção.

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Fontes: Emater e Inpi.

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