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Mercado lácteo: impactos do coronavírus no setor

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A pandemia de covid-19 vem causando grande impacto no agronegócio desde o início do ano. Apesar dos números negativos e da inconsistência do mercado internacional, alguns setores brasileiros podem se beneficiar de novas oportunidades diante do aumento da demanda de outros países, como é o caso do mercado lácteo.

Com a alta do dólar e as movimentações do governo nas relações internacionais, os produtores de leite podem encontrar na exportação uma saída para se recuperar das baixas nacionais no setor, que podem durar até o fim deste ano — o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), analisou que desde abril as negociações de laticínios foram enfraquecidas em todo o território nacional.

(Fonte: Shutterstock)

Mercado lácteo antes da pandemia

Desde 2016, as estatísticas do setor lácteo no Brasil eram positivas e crescentes, com boas perspectivas de aberturas de mercado. No segundo semestre de 2019, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) firmou negociações com a Arábia Saudita para exportação de leite, leite em pó, queijo e manteiga.

O mercado interno em geral também tinha um cenário de alta demanda, com números positivos para leite e seus derivados. No entanto, a produção em algumas regiões afetadas pela seca teve seu ritmo diminuído, o que desbalanceou a relação entre oferta e demanda, elevando os preços para o consumidor final — o que, para os produtores, era garantia de valores melhores e bom fluxo de vendas até o início do ano, antes de os efeitos da pandemia atingirem o País.

Impactos e situação atual

A chegada do novo coronavírus ao Brasil acarretou diminuição do consumo de leite e derivados, já que muitos restaurantes, indústrias e outros comércios alimentícios tiveram que parar suas atividades temporariamente. O anúncio da quarentena também impactou o comportamento dos consumidores, que começaram a estocar bens de consumo rápido, levando ao aumento dos preços no varejo.

Uma das medidas de emergência do governo para aliviar o mercado lácteo foi a permissão de negociação de companhias municipais e estaduais para as de âmbito federal. Desse modo, as pequenas e médias empresas conseguiram movimentar os produtos que estavam parados e com risco de perda, como queijos e derivados.

Os efeitos da quarentena afetam, ainda, a disponibilidade de insumos e alimentos para os animais, o que em conjunto com a seca em diversas regiões faz com que os preços para manter o rebanho aumentem significativamente. Com isso, a elevação nos custos de produção e o ritmo lento de vendas acarretam a diminuição das margens de lucro para os produtores.

(Fonte: Shutterstock)

Perspectivas e novidades do setor

Os preços elevados de grãos como soja e milho, que compõem a alimentação do gado de leite, tendem a se manter até o fim do ano. Com isso, os custos de produção no mercado lácteo se manterão elevados e constantes ainda por um longo tempo. Em decorrência desses gastos, estima-se que os produtores recuperem o ritmo mais lentamente do que os consumidores; os preços no mercado lácteo para o segundo semestre devem permanecer elevados, como consequência do desequilíbrio entre oferta e demanda.

Nas relações internacionais, o salto no valor cambial dá ao fornecedor de leite uma nova oportunidade para lucrar mesmo com gastos elevados para produzir. O dólar, que registra atualmente altas históricas, faz com que a exportação de lácteos seja um bom negócio para os empresários brasileiros fugirem da crise no setor.

Além disso, o fato de que o País é considerado um dos celeiros mundiais faz com que muitos novos contratos sejam iniciados para suprir a necessidade de outros locais. No entanto, é provável que essas negociações só se firmem depois que a maioria das nações começar a recuperar seus ritmos.

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Fonte: Governo Federal, O Documento e MilkPoint.

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