Ícone do site Canal Agro Estadão

Impacto do acordo China-Brasil no preço da carne bovina no País

O novo posicionamento do governo chinês em relação à importação de carne bovina brasileira tem causado grandes impactos no mercado interno do País. A situação crítica da produção de carne suína chinesa fez com que a demanda por proteína animal aumentasse, forçando uma mudança nas políticas de importação e novas perspectivas entre China e Brasil.

Em junho de 2019, a China suspendeu a compra de carne bovina brasileira, decisão que foi revertida diante da necessidade de suprimentos que se instalou no país. Decorrente desse processo, diversos novos frigoríficos brasileiros foram autorizados a realizar o fornecimento, fortalecendo as relações internacionais de uma maneira que tem pesado no bolso do consumidor.

Crise no setor de suínos da China

A China tem enfrentado uma situação delicada em seus rebanhos de suínos desde agosto de 2018, quando a peste suína africana foi registrada na região. Dos primeiros casos registrados até o fim do primeiro semestre de 2019, calcula-se que o prejuízo causado pela doença tenha acabado com cerca de 35% dos rebanhos do País.

Por ser uma doença viral muito agressiva, as chances de um animal contaminado se recuperar são praticamente nulas. Sendo assim, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é necessário sacrificar os animais infectados. Estima-se que a crise causada por essa doença nos rebanhos chineses tenha levado ao sacrifício de até 200 milhões de suínos. Com isso, a previsão para que o país recupere a produção de antes gira em torno de cinco anos. Essa crise obrigou o governo chinês a estar mais aberto para novas negociações, com espaço para encontros decisivos e grandes impactos entre China e Brasil.

(Fonte: Pixabay)

O acordo entre China e Brasil

Na busca por soluções e acordos, o Brasil participou de um encontro com Pan Chenjun, CEO do Bank of China, e outros executivos. Essa estratégia de comunicação rendeu ao Brasil oportunidades para intensificar sua exportação para o país, que agora precisa suprir sua oferta de proteína animal para os consumidores.

A alta produção de carne no Brasil é a única capaz de suprir o mercado chinês. Sendo assim, o governo brasileiro firmou a resolução China-Brasil, com acordos sanitários e liberação de novos frigoríficos para aumentar e fortalecer a exportação. O mercado chinês tem demandado diversos tipos de cortes, além de carnes termoprocessadas, causando um desequilíbrio temporário entre oferta e demanda e elevando os preços no mercado interno brasileiro.

A lei da oferta e da demanda

Com as novas oportunidades de exportação dadas pelo acordo entre China e Brasil, os produtores e frigoríficos se beneficiaram, podendo vender seu produto para um maior número de clientes e a um valor mais alto. Quando comparadas com o mesmo período do ano anterior, as exportações subiram cerca de 62%.

Com isso, tanto os preços no atacado quanto o valor do boi gordo subiram cerca de 30% — enquanto os fornecedores comemoram esse cenário, os consumidores têm buscado meios de substituir a proteína bovina do dia a dia até a normalização dos preços.

(Fonte: Pixabay)

Previsões para a baixa do preço da carne no País

A boa relação entre China e Brasil e os altos níveis de exportação têm colaborado para manter os preços elevados e sem quedas. No entanto, a tendência é que esse cenário se normalize com a recuperação do mercado interno chinês e de seus rebanhos afetados pela peste suína. Além disso, caso os Estados Unidos decidam fechar um acordo comercial com a China, eles também passarão a exportar carne bovina para o País, criando maior competitividade e diminuindo as demandas brasileiras.

Enquanto isso não acontece, o aumento dos fornecedores brasileiros também pode ajudar a equilibrar o mercado. Afinal, o aumento da oferta tende a fazer com que os preços diminuam para ficarem mais competitivos.

Se interessou pelo assunto? Aprenda mais com especialistas da área no Summit Agro. Enquanto isso, acompanhe as notícias mais relevantes do setor pelo blog. Para saber mais, é só clicar aqui.

Fontes: Mapa, Estadão.

Sair da versão mobile