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Fertilizantes: importações passam de 2 milhões de toneladas

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Números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do governo federal, apontam que os fertilizantes continuam chegando aos produtores brasileiros em larga escala. Ao todo, 2,08 milhões de toneladas do insumo foram importadas apenas em abril de 2022, um volume 10,6% maior do que o movimentado no mesmo mês do ano anterior (1,88 milhão de toneladas).

As médias diárias passaram de 94 mil toneladas para cerca de 149 mil toneladas por dia nas últimas semanas de abril de 2022. A movimentação no mercado fez os preços, que já estavam pressionados pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, mais do que duplicarem. Atualmente, uma tonelada de fertilizante custa cerca de U$ 630, contra U$ 280 em 2021.

A Rússia é um dos maiores produtores de fertilizantes no mundo e o mais importante para o Brasil, sendo responsável por quase um quarto do fornecimento. Esse foi o assunto que mais preocupou o agronegócio assim que a guerra eclodiu, no fim de fevereiro.

Brasil recebeu mais de 2 milhões de toneladas de fertilizantes em abril de 2022. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

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Números devem ser vistos com cautela

Ainda que o aumento das exportações possa ser visto com animação pelo agronegócio, a continuidade no fornecimento de fertilizantes para os produtores brasileiros ainda é incerta.

Isso porque os 2 milhões de toneladas registrados em abril de 2022 estão relacionados à antecipação de compras de vários importadores que ficaram animados com os resultados positivos da safra anterior, ou seja, são cargas que já haviam sido despachadas para o Brasil antes do começo do conflito — já que o transporte entre os países leva entre 45 dias e 60 dias.

Nesse sentido, um relatório divulgado no início de maio pela Green Markets, da Bloomberg, aponta uma queda de 58% nos novos embarques de fertilizantes para os brasileiros. Ainda há empresas russas aceitando pedidos e realizando embarques por meio de subsidiárias em países não sancionados ou processando pagamentos em bancos que ainda não foram excluídos do sistema financeiro global.

Ainda existem riscos de escassez de fertilizantes para o agronegócio brasileiro, caso as sanções continuem atrapalhando a importação de produtos russos e não surjam outras opções para normalizar o fornecimento. De acordo com informações divulgadas pelo Estadão em abril, a situação mais preocupante é a do cloreto de potássio, bastante consumido pelo Brasil, mas também há risco de escassez de outros produtos, como o nitrato de amônia e os fosfatados.

Portos brasileiros estão priorizando as cargas de fertilizante. (Fonte: John Simmons/Unsplash/Reprodução)

Fertilizante continua sendo prioridade

Outro fator que ajuda a compreender esse alto volume de importações em abril de 2022 é a instrução do Ministério da Infraestrutura para priorizar o desembarque de cargas de fertilizante nos portos brasileiros.

Em São Francisco do Sul (SC), por exemplo, que recebe 6% de todo o fertilizante que chega ao País, o aumento entre abril de 2021 e de 2022 foi de 26%. Segundo o governo estadual, essas cargas vieram de outros fornecedores, além da Rússia, como do Oriente Médio (Irã, Omã e Egito) e da América do Norte (Canadá e Estados Unidos).

Esses países, inclusive, estão entre as principais opções do Ministério da Agricultura na busca por novos fornecedores a fim de manter a importação de fertilizantes para as próximas safras.

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Fonte: Governo Federal, Governo de Santa Catarina, Agência Reuters, Estadão Economia, Money Times

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