Quando um empreendimento demanda uma quantia grande de dinheiro, uma das formas de obtê-la é por meio de investidores. A isso se dá o nome título de dívida corporativa, normalmente conhecido como bond. Quando a emissão desse título está ligada a algum benefício para o meio ambiente, ela é chamada de green bond ou título verde.
Esses títulos verdes são como empréstimos a serem pagos pelo emissor e estão obrigatoriamente vinculados ao devido e impreterível cumprimento de metas de sustentabilidade. Podem ser efetuados por meio de debêntures, debêntures incentivadas (de infraestrutura), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) ou Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI).
A quantidade de emissão de títulos verdes cresce de forma exponencial em todo o mundo. Diante do boom desse tipo de investimento, tanto as empresas quanto os investidores passaram a nutrir um interesse ainda maior por ele.
No dia 22 de novembro de 2019, a ministra da Agricultura assinou um memorando de entendimento com a ONG Climate Bonds Initiative (CBI), a fim de desenvolver o mercado de título verde no Brasil. O acordo foi fechado na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. De acordo com o Ministério da Agricultura, a parceria compunha um conjunto de estratégias para ampliar as fontes de financiamento do setor agropecuário, e 2020 tem potencial de ser muito promissor nesse sentido.
Vantagens
O mercado de títulos verdes poderá proporcionar um ambiente de negócios muito mais fecundo para o setor agropecuário. Com essa nova forma de captação de recursos ligada à sustentabilidade, criam-se condições de promover um ambiente mais saudável, com uma infraestrutura melhor, e facilitar o acesso ao crédito.
Além disso, a prática auxiliará a aumentar a presença do agronegócio por todo o planeta. Uma vez que esse segmento é um dos maiores pontos fortes da economia brasileira, dar melhores condições para que ele se expanda e seja bem-sucedido trará mais prosperidade para a sociedade brasileira.
Um ponto interessante a respeito dos benefícios do título verde é que, como esse recurso está atrelado a algum projeto mais delimitado, isso propicia maior transparência no que se refere à alocação do valor arregimentado. As empresas que emitem esses papéis geralmente são dotadas de uma governança corporativa mais robusta, o que reduz as eventuais perdas no negócio.
Os investidores compreendem que, quando um empreendimento provoca impactos negativos no meio ambiente, isso é péssimo para o andamento dos negócios. Por outro lado, eles podem conseguir lucros atraentes quando o empreendimento no qual investiram faz tudo corretamente e gera impactos ambientais positivos. Em outras palavras, os títulos verdes podem atrair um volume maior de investidores — não só para o agronegócio, mas também para outros setores.
Um aspecto importante é que os títulos verdes podem servir para financiar um leque diversificado de segmentos — agricultura, recursos hídricos, construção civil, indústria, transporte, prevenção de resíduos e poluição, adaptação ao clima —, além de estimular investimentos voltados para a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável.
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Fontes: Itamaraty.