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Brasil e Índia selam acordo por melhorias na agropecuária

No fim de janeiro de 2020, o Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modri, encontrou-se com o Presidente Jair Bolsonaro para firmar 15 acordos bilaterais entre Brasil e Índia. Quem também esteve presente no evento foi o Presidente da Índia, Ram Kovind, que compareceu à cerimônia da assinatura de documentos na Hyderabad House, um dos palácios do governo asiático.

Além de Bolsonaro, a Ministra Tereza Cristina e os secretários Jorge Seif Júnior (Aquicultura e Pesca) e Orlando Ribeiro (Comércio e Relações Internacionais) participaram da reunião, que se encerrou com a promessa de criação de um Centro de Excelência em Pecuária Leiteira em território indiano. As duas nações esperam atingir a meta de US$ 15 bilhões em comércio bilateral até 2022.

A abertura do mercado agropecuário foi um dos pontos mais retificados durante o encontro. Enquanto o governo brasileiro se mostrou disposto a negociar a exportação de grãos de gergelim para o país asiático, os indianos abriram as portas para a comercialização de sementes de milho. A exportação de gergelim brasileiro saltou de US$ 3,7 milhões em 2018 para US$ 25,4 milhões em 2019, o que representa aumento de 596% em um ano.

(Fonte: Pixabay)

O tratado entre Brasil e Índia prevê cooperação mútua nas seguintes áreas: sanidade animal, pecuária e pesca, capacitação técnica e pesquisa genômica bovina. O documento firmado entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Pesca, Pecuária e dos Laticínios da Índia (DAHD) busca incentivar o comércio de animais e produtos derivados, além de realizar um intercâmbio científico para o desenvolvimento de tecnologias de reprodução animal.

Com a assinatura dos documentos, a expectativa é que Brasil e Índia desenvolvam programas de assistência técnica, cursos, estágios e transferência de tecnologia em reprodução animal. A capacitação de profissionais na área da agropecuária pode beneficiar ainda mais um setor que alcançou faturamento recorde de R$ 630,9 bilhões de Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2019.

A união agropecuária entre os dois participantes do BRICS (grupo econômico do qual Brasil e Índia fazem parte) se fortalece ainda mais após os governantes endossarem o memorando de entendimento entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Departamento de Pecuária e Lácteos da Índia, firmado em 2016, no qual os países se comprometeram a desenvolver um programa de capacitação de técnicos indianos no setor de fertilização in vitro de animais.

Benefícios para o comércio

(Fonte: Pixabay)

Abacate, cítricos e madeira de ipê são alguns dos produtos brasileiros que despertam a atenção do governo indiano. Em contrapartida, os asiáticos aparecem como possíveis fornecedores de milheto, sorgo, canola e algodão para o Brasil.

Durante a visita política a Nova Delhi, a ministra Tereza Cristina fez questão de ressaltar a importância da parceria comercial para a economia nacional: “Destaco que o potencial de comércio e investimentos entre Brasil e Índia é enorme e precisa ser mais bem aproveitado. Tenho plena convicção de que a ampliação dessas trocas resultará, rapidamente, em crescimento socioeconômico para nossos países”.

Atualmente, a Índia é o quarto maior parceiro comercial brasileiro. Em 2019, o fluxo bilateral entre os países atingiu a marca de US$ 7 bilhões. A tendência é que, com os novos acordos em ciência e tecnologia, energia, segurança e previdência social façam com que os números escalem em 2020.

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Fonte: Mapa, Governo, Agência Brasil

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