A variação do dólar americano impacta diretamente todos os setores da economia brasileira. Com a moeda norte-americana custando acima de R$ 4,50, a expectativa é de os negócios nacionais serem afetados. O agronegócio, uma das principais forças do comércio brasileiro, é um dos setores que devem ganhar com a atual situação da moeda.
A variação do dólar compromete algumas esferas, como o turismo de brasileiros ao exterior e o mercado de importação; porém, favorece outras — como o turismo interno e as atividades de exportação brasileiras.
Como a exportação é favorecida?
Existem várias razões para essa vantagem. Dentre elas, estão as etapas de venda do processo de exportação que já estão em dólar e assim sofrem menos com a alta da moeda americana. Por exemplo, se a venda fosse em real, a valorização do dólar desvalorizaria os produtos nacionais.
Os produtos nacionais se tornarem mais competitivos na visão do mercado internacional também são outra razão. As empresas brasileiras normalmente utilizam o real para pagar as etapas da produção, ou seja, os preços não variam tanto. Dessa forma, em períodos de alta do dólar, a exportação é positiva, pois os preços dos produtos brasileiros não sobem de maneira drástica e isso faz ser mantida uma média mais baixa do que a de outros mercados que acompanham o valor do dólar.
Mesmo com os pontos positivos gerados por essa forte competitividade, não é garantia que a alta do dólar torne a exportação vantajosa. Normalmente, por terem grande participação no mercado mundial, as empresas de papel-celulose e do setor do agronegócio são as mais beneficiadas durante esses períodos.
Por que é bom para o agronegócio?
A alta do dólar afeta o comércio do setor de duas maneiras: negativa, aumentando os custos por causa do aumento de preços para a importação, e positiva, favorecendo a renda bruta porque promove uma incrementação na receita de exportações convertidas ao real. Geraldo Barros, coordenador científico do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), confirma o lado bom dessa alta quando defende que a grande produtividade brasileira e os altos índices de competitividade no mercado internacional tornam o agronegócio um dos setores que mais se beneficiam com a situação da moeda americana.
Ter a certeza de como a economia se comportará com a alta do dólar é uma tarefa impossível, mas é possível dizer que, dentre os setores do mercado brasileiros, o agronegócio construiu uma base e vive uma evolução positiva, a qual torna os impactos da desvalorização do real menos pejorativos e, até, “indolor” para o setor.
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Fonte: Cepea