Alta do algodão afasta importadores e prejudica o mercado
O preço do algodão em pluma se manteve em alta em fevereiro. Com aumento de 4,13% em comparação com janeiro, foi o sexto mês consecutivo em que o valor do algodão cresceu no mercado. O último indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), fechou o preço do produto em R$ 2,92 com pagamento em oito dias. Os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam o Brasil como o quinto maior produtor mundial de algodão e o segundo maior exportador da pluma.
O País atingiu números recordes de exportação entre julho de 2018 e junho de 2019. Com 1,04 milhão de toneladas exportadas, a quantia ultrapassou a marca anterior, de 1,03 tonelada vendida entre julho de 2011 e junho de 2012. Um dos fatores que levaram ao sucesso em foi a parceria comercial com a China, que, de acordo com os dados da Associação Nacional de Empresas de Algodão (Anea), teve participação de 35% nas exportações e liderou o ranking de destinos do algodão brasileiro.
Na época, o governo brasileiro foi beneficiado pela guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, o que fez com que o país asiático se tornasse um importante comprador de commodities brasileiras. Porém, no fim de 2019, os dois países declararam trégua e cancelaram as principais tarifas aplicadas nos produtos internos que barravam os negócios entre as nações.
Além da possível perda de renda gerada pelos negócios com o governo chinês, o Brasil precisa estar atento aos efeitos gerados no mercado pela constante alta do algodão. Os colaboradores do Cepea indicaram o forte posicionamento dos vendedores e o valor recorde do dólar como os principais fatores para que o preço do algodão continue a crescer no mercado interno. Apesar de o aumento da moeda norte-americana sobre o real gerar um incentivo para as exportações, visto que os valores se tornam mais atraentes para o mercado estrangeiro, as altas cifras afastam o consumidor doméstico.
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