José Luiz Tejon Megido
Na semana passada, com a participação do escritor Jorge Caldeira, autor da obra-prima Brasil Paraíso Restaurável, e de Alysson Paolinelli, ex-ministro e candidato ao Nobel da Paz, assistimos à criação do Instituto Agroambiental do Araguaia.
O movimento foi iniciado anos atrás na criação da Liga do Araguaia, no vale do Araguaia, Mato Grosso, onde, sob a liderança de Caio Penido do grupo Roncador e mais cerca de 60 fazendas, teve início um conceito e modo de produção agroambiental ESG, a sigla em inglês para meio ambiente, social e governança.
Apoiando o instituto, estão companhias como Zooflora, Elanco, Nutron/Cargill, JBS, e Sumitomo.
Caldeira afirmou que estamos no melhor momento em potencial econômico da história do País, a partir do novo norte do planejamento estratégico do mundo – a meta do carbono neutro até 2050.
O valor de mercado da natureza viva apresenta números na ordem de US$ 20 trilhões nos fundos e decisões da iniciativa privada já tomadas independentes de governos. Rumo ao carbono neutro.
Paolinelli acentuou que sermos uma potência agroambiental está para nós agora no presente, como os jovens de 50 anos atrás criando a primeira agricultura tropical tecnificada do planeta.
Carbono neutro até 2050 é economia, tecnologia, sociologia, um legítima revolução, um paraíso restaurável no Brasil e no mundo.
O futuro não é mais o resultado do presente; ao contrário, o presente é o resultado do futuro e ações como esta do Instituto Agroambiental do Araguaia revelam o rumo inexorável do futuro que já está no nosso presente.
Dia do Planeta Terra, 22 de abril de 2021, dia da Cúpula do Clima nos Estados Unidos e Dia do Descobrimento do Brasil. Para mim, marca a mudança de rumo do mundo.
Em meio ao trauma da enfermidade, isso veio a acelerar esta nova decisão.
No instituto está surgindo um novo programa de pagamento por serviços ambientais com apoio da Sumitomo. Outro programa, o “carbono Araguaia”, reduziu gases de efeito estufa em 113.928 toneladas de CO2 por meio da intensificação da pecuária de corte. Trouxe melhoria dos índices produtivos e recuperação de 43 mil ha de pastagem.
Ali, ao lado de gente criadora da evolução ética, que nos inspire a todos, e permita a juventude do País realizar na próxima década uma legítima restauração do paraíso. O Brasil tropical, reserva da segurança da vida mundial. Um norte, um planejamento estratégico do mundo já começou, rumo ao carbono neutro. A maior oportunidade de toda a história do Brasil.
*José Luiz Tejon Megido é colunista do Jornal Eldorado, doutor em Educação, mestre em Arte, Cultura e Educação pela Universidade Mackenzie; professor de MBA na Audencia Business School, em Nantes, na França; coordenador do Agribusiness Center da Fecap; membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) e do Conselho Científico do Agro Sustentável (CCAS) e sócio-diretor da Biomarketing