José Luiz Tejon Megido
Na Cúpula do Clima, realizada semana passada, vimos uma retomada dos Estados Unidos, o maior país do mundo, a um projeto de liderança global.
Com cerca de US$ 22 trilhões de PIB, ao lado da União Europeia e do Reino Unido, significando outros cerca de US$ 20 trilhões de PIB, atraindo o terceiro gigante do planeta com mais US$ 16 trilhões de PIB, a China, somamos aqui, somente entre esses 3 blocos uma dimensão de quase us$ 60 trilhões de dólares. Isto quer dizer um gigantesco poder econômico. John Kerry o enviado especial dos Estados Unidos para o clima enfatizou o clima e meio ambiente como a maior oportunidade do planeta. Também Kerry acenou diversas vezes para os países em desenvolvimento como estando no tema clima a possibilidade de superar a pobreza e a miséria.
Líderes da sociedade civil, iniciativas privadas, grandes corporações, setor financeiro, fundos, além de mais de 40 presidentes e ao lado de tudo isso um chamamento das novas gerações também ali estavam.
Portanto, uma construção que muda o mundo e obrigou aos líderes de todas as economias que comandam o mundo e que tem vínculos totais com o meio ambiente, a se comprometerem pela palavra.
Palavra dada, palavra cumprida. O presidente Jair Bolsonaro se comprometeu a eliminar o desmatamento até 2030. Se comprometeu com a neutralidade de carbono, gases de efeito estufa até 2050, antecipando em 10 anos essa meta. Se comprometeu em dobrar os investimentos em fiscalização. Também o presidente Bolsonaro lembrou o caráter econômico, ou seja, conservação custa, pedindo remuneração por serviços ambientais, etc.
Vale lembrar que a saúde do planeta e do clima tem da mesma forma, importância sagrada para nós brasileiros, até em primeira instância.
O espetáculo dos compromissos foi muito bem conduzido com o talento norte-americano da arte de construir percepções ao lado de seu poder econômico financeiro e tecnológico. Os compromissos foram dados na palavra.
No caso do Brasil, como faremos? Aí entra a pergunta do como. Mas, se definimos o que queremos e aonde chegar, sem dúvida encontraremos o como. Isso precisaria ser parte de um efetivo sentido de vida.
Faremos? Na minha visão sim. Faremos. A partir de 22 de abril de 2021 (data comemorativa do descobrimento do Brasil), uma conexão planetária foi obtida. A saúde do planeta Terra, independentemente da sua religião ou ideologia política. E mais: significa um plano que reinicia a economia no mundo todo. Será impossível desdizer o que foi dito, como dizia Raul Seixas na música “Metamorfose Ambulante”, por mais que alguém queira dizer.
John Kerry até sua última manifestação falou: “a maior oportunidade do mundo”.
E para o Brasil? Uma tremenda e exponencial riqueza muito acima dos nossos subnutridos US$ 1,6 trilhão de PIB. A bioeconomia, a bioestrategia, a biorracionalidade nos assegura a prosperidade. E prosperidade é a governança da esperança. Dia 22 de abril, descobrimento do Brasil, dia de um novo mundo. O planeta nos reunindo no Dia Mundial do Planeta Terra também. Como cantou John Lennon, em “Imagine”: “ and the world will be as one”. E seja qual for a sua religião, a vida do planeta nos reúne a todos. Você perguntaria, ingenuidade? Ao contrário, responsabilidade, e se ela faltar àquele que deu a palavra, este se destruirá sem credibilidade.
*José Luiz Tejon Megido é colunista do Jornal Eldorado, doutor em Educação, mestre em Arte, Cultura e Educação pela Universidade Mackenzie; professor de MBA na Audencia Business School, em Nantes, na França; coordenador do Agribusiness Center da Fecap; membro do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) e do Conselho Científico do Agro Sustentável (CCAS) e sócio-diretor da Biomarketing