O campo que usa e produz tecnologia

30 de junho de 2021 3 mins. de leitura
Suporte da pesquisa pública e privada, além de investimentos em telecomunicações, alça o agronegócio para um futuro que já chegou

O salto que o agronegócio brasileiro deu de quatro décadas para cá, transformando o País em um dos principais produtores e exportadores globais de alimentos, seria impossível sem o uso maciço de tecnologia. E, neste momento, o setor, que deve fechar o ano de 2021 representando 30% do Produto Interno Bruto nacional e garante o superávit da balança comercial, se prepara para novos avanços – tendo sempre como suporte a pesquisa, pública e privada. Como diz o presidente da Embrapa, Celso Moretti, em entrevista exclusiva: “O futuro já está acontecendo no campo”. 

Exemplos disso vêm de todos os cantos do País e de vários segmentos. Na pecuária bovina, por exemplo, muito bombardeada por ambientalistas, basta chegar mais perto para ver o quanto a atividade evoluiu. Criadores estão preocupados com economia de ração, com otimização do uso da terra e das pastagens, com bem-estar animal e com refinados melhoramentos genéticos para garantir animais precoces, que ganhem peso mais rápido. Tudo lastreado em comprovadas pesquisas, voltadas, em última análise, à produção de mais carne em menor área e menos tempo, num círculo virtuoso que preserva recursos naturais e amplia a produção de alimentos.

A própria Embrapa, parceira do setor agropecuário há mais de quatro décadas, enumera vários estudos, já colocados em prática ou em andamento, como a integração de sistemas produtivos – lavoura, pecuária e floresta – e a sofisticada bioeconomia, que potencializa o uso da natureza para aumentar a produtividade das lavouras, aproveitando os recursos de um País que detém a maior biodiversidade do mundo. Moretti cita, ainda, o salto tecnológico dado pelo agro em pleno ano de pandemia de covid-19, adiantando um processo que talvez levasse alguns anos ainda.

Tal avanço, porém, exige conectividade no meio rural, pois não há um produtor no País, hoje, que não utilize smartphones em sua lida no campo. E não só ele, mas também suas máquinas agrícolas, que dependem da transmissão online de dados diretamente das lavouras para o escritório. Também sob este aspecto, investimentos tecnológicos se multiplicam, com a união de empresas de telefonia celular, fabricantes de máquinas agrícolas e produtores rurais, além de órgãos públicos, para instalar a infraestrutura que garantirá essa conectividade – inclusive com redes 5G, já em testes no País.

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