Brasil avança para deixar de imunizar gado contra aftosa

13 de dezembro de 2022 3 mins. de leitura
Até 2026 território nacional deverá ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal como área livre da doença, sem vacinação

Em no máximo três anos, ou seja, até 2026, o território brasileiro deve ser declarado como área livre de febre aftosa sem vacinação, como consta no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa), traçado pelo Ministério da Agricultura. 

Até agora, já deixaram de vacinar seus rebanhos de bovinos e bubalinos os Estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e de Mato Grosso. Os próximos Estados, diz o ministério, são Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins, além do Distrito Federal. Juntos, terão sua última campanha de vacinação em 17 de dezembro. 

Para conquistar o status de “área livre de febre aftosa, sem vacinação”, conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), é necessário suspender a imunização do rebanho e vedar o ingresso de animais vacinados nos Estados ou no bloco em questão por ao menos 12 meses.

Tal status é almejado pelo Brasil pela possibilidade de as carnes produzidas aqui acessarem valorizados mercados, diz em nota o Ministério da Agricultura. O Paraná, por exemplo, que obteve a certificação da OIE em 2021, confirmou que há “oportunidades de novas aberturas de mercado”, especialmente no Leste Asiático e na União Europeia.

LIÇÃO DE CASA

Também na fila para obter o reconhecimento, São Paulo poderá ficar livre da obrigatoriedade da imunização antes do previsto pelo Pnefa, diz o ministério. Segundo a pasta, o Estado avançou em sete itens do Programa de Avaliação e Aperfeiçoamento da Qualidade dos Serviços Veterinários Oficiais (Quali SV). São Paulo faz parte do bloco 4, junto com Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Sergipe e Tocantins. 

O governo de Minas Gerais também confirma que o reconhecimento “é uma senha de acesso a mercados que remuneram melhor os produtos”. Em nota, o governo informa que começou a trabalhar para “buscar o quanto antes” o status de livre de aftosa, sem vacinação, junto à OIE. “Mas existem diversas estratégias, estudos e documentos que precisam ser preparados para solicitar o devido reconhecimento.” 

Sem focos desde 2006

Conforme o Ministério da Agricultura, existem em torno de 70 países reconhecidos como livres de febre aftosa, sem vacinação, que são potenciais mercados para a carne bovina e suína, com melhor preço e sem restrições. Entre esses países, estão Japão, Estados Unidos, México e os da União Europeia.  

A febre aftosa afeta bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Segundo o Ministério da Agricultura, os prejuízos diretos e indiretos em razão da enfermidade, bem como as limitações à comercialização de produtos pecuários, “exigem dos produtores rurais e das autoridades sanitárias um constante esforço para prevenir a doença e proporcionar condições para sua erradicação”. 

O Brasil registrou o último foco de febre aftosa em 2006. Desde 2018, todo o território é tido como livre da doença (zonas com e sem vacinação).

Este conteúdo foi útil para você?

211491cookie-checkBrasil avança para deixar de imunizar gado contra aftosa