BRF faz recall de frangos por suspeita de salmonela
14 de fevereiro de 2019
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O problema foi detectado em lotes de produtos da marca Perdigão produzidos no final de 2018; ações da companhia recuaram 3% após o comunicado
“Caso esses alimentos não sejam completamente fritos, cozidos, assados ou manuseados conforme descrito nas embalagens, a Salmonella enteritidis representa risco à saúde”, alertou a BRF, segundo o comunicado do ministério.A companhia disse, ainda, ter destacado um grupo de especialistas para investigar as origens deste único caso, com o objetivo de garantir a adoção das medidas apropriadas para evitar a recorrência do problema. Produzida nos dias 30 de outubro e 5, 6, 7, 9, 10 e 12 de novembro de 2018, na unidade de Dourados (MS), a carne foi vendida nos Estados do Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. No total, o recall nacional representa quantidade inferior a 0,1% de toda a produção mensal de frango da BRF no País, de acordo com o ministério. Efeito cascata – Após o comunicado feito na manhã de ontem, as ações da companhia desabaram e fecharam em queda de 3,2%, a R$ 22,55 – o pior desempenho do Ibovespa. Os papéis da gigante dos alimentos acumulam perdas de 25% em 12 meses.
O anúncio acentua ainda mais crise exposta na BRF. A empresa teve seu nome envolvido na operação Carne Fraca, deflagrada em março do ano passado, em que é acusada de omitir salmonela em seus produtos.
Desde 2017, a empresa acumula resultados negativos e enfrenta uma crise de gestão. No comando desde o ano passado, o executivo Pedro Parente tem promovido uma reestruturação operacional e financeira na companhia.
O episódio, contudo, só contribuiu para elevar ainda mais a cautela dos investidores, que preferem outros papéis no setor de alimentos, especialmente a rival JBS. Na semana passada, a BRF anunciou a conclusão de seu processo de vendas de ativos, que somou R$ 4,1 bilhões, abaixo das expectativas do mercado e da própria empresa, que esperava levantar R$ 5 bilhões.
Nayara Figueiredo – Broadcast Agro