Sem crédito, vendas de máquinas agrícolas devem cair 5,7%, diz Anfavea
15 de outubro de 2019
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“A gente acreditava muito na recuperação do mercado, inclusive depois daqueles dois meses sem financiamento no início do primeiro semestre, porque o preço das commodities estavam bons, e os sinais que vinham da política eram positivos”, diz Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina. A falta de crédito começou às vésperas da Agrishow, feira que é considerada o termômetro para vendas de máquinas agrícolas no ano, realizada entre os dias de 29 de abril e 3 de maio. Naquela época, o setor de máquinas agrícolas reivindicava mais R$ 3 bilhões ao governo, já que os recursos das duas principais linhas de financiamento, Moderfrota e Inovagro, tinham acabado.
A questão foi remediada com uma linha de R$ 500 milhões que o Banco do Brasil disponibilizou para a feira. “Esse recurso foi consumido em uma semana e meia, não deu para cobrir o buraco”, diz Miotto.A escassez de crédito aliada a outros fatores prejudicou o desempenho do setor. “Teve muita oscilação nos preços das commodities, apesar de os preços médios terem sido bons. Além disso, a economia não correspondeu às expectativas, as reformas não aconteceram na velocidade que estava previsto”, diz o executivo. No caso da New Holland, a marca trabalha com dois cenários para 2019: no melhor, as vendas serão iguais ao ano passado; no pior, pode haver uma queda de até 5%.“No Brasil, há um trator para cada 100 hectares. Nos EUA, a relação é de um para cada 30 hectares”, diz Rafael Miotto, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina.