Mais perto da natureza

29 de setembro de 2021 2 mins. de leitura
Práticas conservacionistas são inúmeras no agronegócio e têm, sido aplicadas de diversas formas, desde o café até as de soja

Soluções tecnológicas para tornar o agronegócio mais sustentável existem aos montes. Basta o produtor rural estar disposto a mudar e, claro, ter condições de transformar o perfil de sua propriedade, adotando práticas conservacionistas que, em vez de emitir carbono, passará a sequestrá-lo e fixá-lo no solo. Quando falamos em “condições”, isso quer dizer assistência técnica de qualidade, programas de incentivo governamental que estimulem a preservação do ambiente e, principalmente, crédito e seguro rural.

Essa tem sido a defesa da principal entidade do setor cooperativista agropecuário, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Em entrevista exclusiva, seu presidente, Márcio Lopes de Freitas, reconhece que o governo não tem como atender à pujança do campo brasileiro com dinheiro suficiente para o crédito rural. Mas cita o papel essencial das cooperativas para assistir produtores de todos os portes, além de outras formas de financiamento privado.

E foi com muito conhecimento técnico que o cafeicultor e engenheiro agrônomo Marcelo Urtado, de Monte Carmelo, no Cerrado Mineiro, conseguiu que sua propriedade “virasse a chave” da produção e garantisse uma emissão negativa de carbono. A foto da capa mostra o florido nabo forrageiro, importante adubo verde, nas entrelinhas dos cafezais de Urtado, prática sustentável que está entrando em protocolos de “carbono zero” criados pela Embrapa e pelo Cecafé para garantir não só maior preservação ambiental, mas também uma mudança de imagem do agronegócio brasileiro no exterior.

Também na soja, a principal cultura brasileira, agricultores começam, finalmente, a receber por preservar o meio ambiente. Projeto no Maranhão provou que essa oleaginosa pode ser cultivada sem degradação e, o melhor, os produtores receberem um extra por boas práticas. Parceria dos agricultores com a ONG Tropical Forest Aliance (TFA) e a Sumitomo Chemical garantiu o pagamento de US$ 40 mil em serviços ambientais.

Por fim, um exemplo antigo de sustentabilidade no agronegócio, que já existe há 20 anos, vem do combatido setor de defensivos agrícolas. Nesse segmento, o Instituto de Processamento de Embalagens Vazias, o Inpev, ensina como implementar uma eficiente estratégia de logística reversa no campo, ao recolher e reciclar, há anos, mais de 90% das embalagens vazias de agrotóxicos produzidas em todo o País.

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