Projeto abre caminhos para o protagonismo feminino

26 de fevereiro de 2019 4 mins. de leitura
Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio tem início em São Paulo e passará por Brasília e Minas Gerais

Iniciativas de inclusão das mulheres em posições de liderança no agronegócio são cada vez mais importantes em um setor ainda dominado pelos homens. Um levantamento feito pela Corteva Agriscience, com mulheres que atuam no setor em 17 países, apontou que, no Brasil, 78% delas acreditam que existe discriminação de gênero (mais do que a média global, que é de 66%).

Dentro desse contexto, a Academia de Liderança para Mulheres do Agronegócio surge como um programa de treinamento focado em ajudar a diminuir esse desequilíbrio. O projeto é uma iniciativa da Corteva em parceria com a Associação Brasileira de Agronegócio (Abag) e com a Fundação Dom Cabral (FDC), instituição com expertise na educação para executivos.

78% das mulheres que atuam no setor, no Brasil, acreditam que existe discriminação de gênero (mais do que a média global, que é de 66%)

A primeira edição teve início neste mês de fevereiro, com 20 mulheres agricultoras, de diversos perfis e diferentes regiões brasileiras. Em outubro, elas se formarão durante o 4º Congresso Nacional de Mulheres no Agronegócio, que tem apoio da Abag.

Antes de montar a estrutura da academia, a FDC fez uma pesquisa e constatou que as participantes são extremamente qualificadas, mas não se sentem representadas e ouvidas no setor. “Elas têm capacitação, então vamos ensinar a elas como se posicionar como líderes no agronegócio”, diz Maria Elisa Brandão Bernardes (foto acima), professora de estratégia da FDC .

Uma das mais novas da turma é a mato-grossense Luana Belusso, de 29 anos. Filha de produtor de grãos, ela cursou agronomia mesmo sob protestos do pai, que insistia para ela fazer a faculdade de direito. Há cinco anos, ela cuida da área financeira da fazenda. “Ter a oportunidade de estar nesse seleto grupo de mulheres diretamente ligadas ao agro é muito gratificante”, diz Luana.

Já a agrônoma Hilda Andréia Loschi, de Montes Claros (MG), ingressou na gestão da propriedade rural por uma fatalidade do destino. Com a morte do marido, ela, que já trabalhava para a fazenda, precisou assumir o comando. Hoje, Andréia tem a própria revenda e – em parceria com os irmãos – toca uma fazenda de cerca de 400 hectares destinados à fruticultura (banana e uva) e à pecuária de corte.

“Elas estão no agro, estão na pesquisa, mas – como em outras áreas – são pouco lembradas”, diz Rosemeire Santos, Relações Externas para a Corteva no Brasil.

Economia é o tema principal do primeiro módulo

O primeiro módulo do programa foi na capital paulista e, a pedido das integrantes, foi voltado ao contexto macroeconômico, que teve como professor o engenheiro agrônomo e doutor em economia Alexandre Mendonça de Barros. Segundo ele, “as mulheres estudam mais, fazem mais contas e são mais cuidadosas nos detalhes, o que faz a diferença quando o nível de risco da operação sobe”.

Alunas durante a aula de Alexandre de Barros, engenheiro agrônomo e doutor em economia

A segunda etapa será em Brasília e terá como temática o agronegócio no Brasil. Lá, o grupo terá encontros no Ministério da Agricultura e na Frente Parlamentar da Agropecuária. O último módulo será na unidade da FDC em Nova Lima (MG) e voltado à liderança feminina. De acordo com Viviane Barreto, diretora da FDC, “quando há mulher no processo de tomada de decisão de uma empresa, as escolhas são mais equilibradas”.

Até o fim do curso, cada participante desenvolverá um projeto, e as autoras dos cinco melhores, de acordo com a avaliação das próprias alunas, ganharão uma viagem aos Estados Unidos para conhecer novas tecnologias e tendências, bem como conversar com mulheres agricultoras em posição de liderança por lá.

Conteúdo patrocinado por Corteva.

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