Bom manejo dos produtores atenua quebra de safra

25 de abril de 2019 4 mins. de leitura
Previsão da Agroconsult é de uma colheita de 118 milhões de toneladas, volume maior que o esperado

Uma safra de soja de 118 milhões de toneladas provenientes de 36 milhões de hectares. Esse foi o volume anunciado pela Agroconsult após a conclusão da primeira etapa da 16ª edição do Rally da Safra, expedição técnica, organizada pela consultoria, que percorre o Brasil visitando as principais regiões produtoras. O prognóstico final superou a previsão anterior de 116,4 milhões de toneladas. André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult, atribui parte do bom resultado ao melhor início de safra até hoje. “O plantio foi muito bem feito, as lavouras ficaram com um bom estande [população] e uma boa distribuição de plantas. Apesar de o grão pesar menos, a quantidade de grãos por hectare foi maior que a do ano anterior”, explica.

A primeira fase do Rally da Safra, voltada às lavouras de soja, percorreu 81 mil quilômetros e coletou 1.315 amostras em campo. “Contamos a quantidade de plantas, o número de vagens e de grãos por planta, o peso dos grãos. Analisamos a distribuição da semeadura, fazemos o teste de transgenia, avaliamos produtividade, plantio direto, manejo de palhada, bem como incidência de pragas, doenças e ervas daninhas”, diz o diretor da Agroconsult.

Os primeiros estados visitados foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Nos dois últimos, o prenúncio era de uma safra ruim, uma vez que a falta de chuva e as altas temperaturas em dezembro e janeiro repercutiram em drástica quebra de safra nas lavouras de soja precoce. No Paraná, a região mais atingida foi a oeste, onde ficam cidades como Cascavel, Medianeira e Toledo. Em alguns pontos, a produtividade despencou para 25 sacas por hectare. No entanto, no cômputo do estado como um todo, a produtividade média caiu de 58,8 sacas por hectare para 51 sacas.

No Mato Grosso do Sul, o sul do estado foi a localidade mais prejudicada com o veranico de mais de 20 dias, que reduziu o ciclo das lavouras em sete dias e impactou o enchimento dos grãos, que tiveram uma significativa perda de peso. No entanto, as lavouras de soja de ciclo médio e tardio apresentaram um bom resultado. A mesma lógica se repetiu para o Brasil como um todo.

 

Maior produtor de grãos do País, o Mato Grosso manteve a produtividade próxima à da safra passada: 56,3 sacas por hectare contra 57,6 sacas no ciclo anterior.

 

Região Sul se destaca

A surpresa deste ano foram os registros do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. “Foram as duas últimas regiões visitadas e os dois melhores resultados em termos do que era esperado e do que foi visto”, pontua Pessôa. Na região das Missões, os gaúchos precisaram fazer o replantio da soja por causa do excesso de chuva em outubro, mas isso não prejudicou a colheita. “Quando chegamos lá, as lavouras estavam boas, tanto da soja que foi replantada quanto aquelas que não foram”, diz o consultor.

 

Raio x da Colheita

Pode-se dizer que a safra de soja 18/19 foi uma safra de extremos em função da adversidade climática. “Há diferenças gritantes de produtividade entre fazendas vizinhas de cerca. Em uma choveu e a produção está ótima, na outra não choveu e houve queda”, diz Valmir Assarice, coordenador do Rally da Safra. No geral, houve menos incidência de pragas e doenças, com exceção para alguns focos de ferrugem no Rio Grande do Sul. “Houve alguns problemas, mas o manejo e o controle foram eficientes”, diz Pessôa.

 

No cálculo final, a queda da produtividade média da soja foi menor que a esperada. O índice caiu de 57,9 sacas de soja por hectare (recorde registrado no ano passado) para 54,6 sacas.

 

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