Bom manejo dos produtores atenua quebra de safra
Uma safra de soja de 118 milhões de toneladas provenientes de 36 milhões de hectares. Esse foi o volume anunciado pela Agroconsult após a conclusão da primeira etapa da 16ª edição do Rally da Safra, expedição técnica, organizada pela consultoria, que percorre o Brasil visitando as principais regiões produtoras. O prognóstico final superou a previsão anterior de 116,4 milhões de toneladas. André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult, atribui parte do bom resultado ao melhor início de safra até hoje. “O plantio foi muito bem feito, as lavouras ficaram com um bom estande [população] e uma boa distribuição de plantas. Apesar de o grão pesar menos, a quantidade de grãos por hectare foi maior que a do ano anterior”, explica.
A primeira fase do Rally da Safra, voltada às lavouras de soja, percorreu 81 mil quilômetros e coletou 1.315 amostras em campo. “Contamos a quantidade de plantas, o número de vagens e de grãos por planta, o peso dos grãos. Analisamos a distribuição da semeadura, fazemos o teste de transgenia, avaliamos produtividade, plantio direto, manejo de palhada, bem como incidência de pragas, doenças e ervas daninhas”, diz o diretor da Agroconsult.
Os primeiros estados visitados foram Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Nos dois últimos, o prenúncio era de uma safra ruim, uma vez que a falta de chuva e as altas temperaturas em dezembro e janeiro repercutiram em drástica quebra de safra nas lavouras de soja precoce. No Paraná, a região mais atingida foi a oeste, onde ficam cidades como Cascavel, Medianeira e Toledo. Em alguns pontos, a produtividade despencou para 25 sacas por hectare. No entanto, no cômputo do estado como um todo, a produtividade média caiu de 58,8 sacas por hectare para 51 sacas.