Salve a Embrapa

15 de março de 2019 3 mins. de leitura
Não convencem mais as nostalgias históricas e mantê-la como está é uma injustiça
Embrapa foi responsável pelas pesquisas que tornou possível a produção no Cerrado
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é, sem dúvida, uma história de sucesso. Exemplo do pragmatismo da pesquisa aplicada. Reconhecida dentro e fora do País. Como a “joia da coroa estatal”, os desafios foram vencidos e os resultados multiplicaram-se no campo e na cidade. Semeou o sucesso do capitalismo no campo. Modernizaram-se a agricultura, a pecuária e os sistemas de produção, incluindo sua crescente parte urbana, que gera empregos e dinamiza a economia do interior brasileiro. E a comida se tornou farta e barata, com safras recordes e participação expressiva no produto interno bruto. São alguns dos feitos de sua história. Por isso, o imperativo: Salve a Embrapa! Mas o tempo passa, sempre introduzindo oportunidades novas, mas também potencializando a corrosão rápida das organizações. Modificar estruturas vitoriosas, mas enrijecidas, não é tarefa fácil. Neste século, a dinâmica social, a globalização, o acirramento da competitividade e o protecionismo vêm cobrando estratégias renovadas da Embrapa, no seu processo cotidiano de geração e entrega de tecnologias. Um mundo em ebulição que exige mapas mentais flexíveis e adaptáveis à profunda inquietação da sociedade informatizada, dos emergentes modos de viver, novos modelos organizacionais, lideranças proativas, demandas sociais e interações sistêmicas nos processos operacionais. É um mundo novo, um turbilhão que jamais acolheria as fantasias alojadas nas velhas e desbotadas mentalidades O resultado é que a Embrapa envelheceu, embora tenha apenas 47 anos de idade. O contínuo padrão inovador dos produtores rurais e os novos padrões de consumo mundial exigem avanços muito mais rápidos na agricultura brasileira, realçando o dilema entre a relativamente lenta oferta de opções tecnológicas e as urgentes demandas do agronegócio, hoje uma usina de produção de riqueza e capacidade de adotar inovações. Não são recentes os questionamentos a respeito da capacidade da Embrapa para acordar do conforto organizacional e situar-se virtuosamente nestes novos tempos. O futuro chegou, escancarando o embate silencioso entre os seus valores corporativos, estáticos, resistentes e os movimentos das realidades agroindustriais. Leia a íntegra do artigo de Manoel Moacir Costa Macêdo e Manoel Malheiros Tourinho, respectivamente, engenheiro agrônomo, ex-chefe de unidades descentralizadas da Embrapa e engenheiro agrônomo, ex-diretor executivo da Embrapa. Fonte: Estadão    

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