Demanda de produtores é 4 vezes maior que subvenção ao seguro rural

26 de agosto de 2019 4 mins. de leitura
Se atendida essa demanda, 166 mil produtores seriam beneficiados, em uma área de 20,2 milhões de hectares e uma importância segurada de R$ 68 bilhões

Produção de cacau é extremamente impactada por mudanças climáticas (Foto: Getty Images)

A demanda de produtores brasileiros pela subvenção pública ao seguro rural é de R$ 1,6 bilhão por ano, quatro vezes mais que o disponibilizado pelo governo em 2018/2019, de R$ 373,6 milhões. É o que aponta o trabalho do Grupo de Estudos em Seguros e Riscos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Geser/Esalq/USP) encomendado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Se atendida essa demanda, 166 mil produtores seriam beneficiados, em uma área de 20,2 milhões de hectares e uma importância segurada de R$ 68 bilhões. Mas o destinado pelo governo deu suporte a 45 mil produtores, 4,9 milhões de hectares e R$ 12,5 bilhões em nove culturas.

Se fosse assim

Fernanda Schwantes, assessora técnica da comissão de política agrícola da CNA, diz que se toda a demanda por seguro fosse atendida, os impactos para a agropecuária seriam relevantes. “Em caso de quebra de safra, não haveria a necessidade de renegociação de dívidas rurais, por exemplo”, explica.

Precisa confirmar

O governo anunciou R$ 1 bilhão para subvenção ao seguro rural no Plano Agrícola e Pecuário 2019/2020. No entanto, somente quando a proposta de lei orçamentária de 2020 for entregue ao Congresso, até o dia 31 de agosto, será conhecido o valor real a ser destinado ao programa.

Do Norte para o Sul

A operação Arco Norte da Hidrovias do Brasil passará a se integrar ao Porto de Santos. A empresa arrematou em leilão, neste mês, o arrendamento da área STS20 em Santos, destinada à movimentação e armazenagem de fertilizantes e sais.

“Vários clientes com os quais temos contratos de relacionamento querem agora operar no mercado de São Paulo”, conta à coluna o vice-presidente financeiro da empresa, Fabio Schettino. “É uma porta de entrada para virem para o Sudeste.”

Por cima

Pelo Arco Norte, a Hidrovias planeja ampliar para 1 milhão de toneladas a movimentação de fertilizantes em dois anos. Neste, a empresa deve transportar até 600 mil toneladas. “Estamos investindo para operar simultaneamente a descarga de fertilizantes com o carregamento de grãos”, diz Schettino. Hoje, a empresa precisa interromper o carregamento de grãos, que está próximo da plena capacidade, para desembarcar o adubo.

Pela costa

A Hidrovias do Brasil está otimista com os efeitos da medida provisória que o governo prepara para incentivar o transporte por cabotagem, de navegação costeira entre portos. “Deve criar regras mais flexíveis para contratação de embarcações e estimular o crescimento”, destaca o executivo da Hidrovias Brasil sobre o potencial proporcionado dos 8 mil km de costa do País. A empresa investe em cabotagem de sal e já opera no modal com bauxita.

Pertinho

Em até dois meses, produtores brasileiros de algodão deverão ter um escritório próprio na Ásia. “A região é nosso grande mercado; precisamos intensificar as relações”, diz Júlio Cézar Busato, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa).

Avalia

Cingapura é o país mais cotado para a sede, mas a Abrapa baterá o martelo durante visita dos exportadores à Ásia, entre 30 de agosto e 14 de setembro. A “Missão Vendedores”, conta Busato, percorrerá China, Vietnã, Bangladesh e Indonésia.

Sem gargalos

Na Ásia, produtores pretendem ter um depósito para armazenar a pluma brasileira e contornar eventuais problemas logísticos que possam surgir. “A ideia é atender rapidamente e em escala a indústria têxtil local durante todo o ano”, diz Busato.

Boquinha

Na esteira da crise ambiental, agências de comunicação e consultorias ampliaram o cerco ao agronegócio, com as tradicionais propostas de campanhas para melhoria da imagem do setor. As cifras apresentadas vão de R$ 700 mil a mais de R$ 1 milhão por ano. “Propostas como essas são inócuas diante do discurso atual do governo. Qualquer narrativa publicitária que não se sustente no noticiário atual é dinheiro jogado pela janela”, resume uma liderança.

Olho no peixe

O Instituto ProPescado promove entre os dias 1.º e 15 de setembro a 16.ª Semana do Pescado, com ações nas redes de atacado e varejo. A expectativa é aumentar em 20% as vendas de pescado nesta época do ano. Em 2018, a oferta per capita no Brasil chegou ao melhor nível em oito anos: 9,04 quilos. Apesar da alta, o volume é pequeno, pois é semelhante ao que o mundo ofertava na década de 1960 e menos da metade do consumo global per capita, de 20 quilos por ano.

Coluna Broadcast Agro

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