Setor cobra diplomacia forte no novo governo

3 de dezembro de 2018 4 mins. de leitura
Entidades pedem que o indicado para a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio seja um nome de peso; setor teme o fato do futuro presidente e chanceler não serem alinhados com países como China e mundo árabe
Entidades associadas ao Instituto Pensar Agro (IPA) querem que a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) seja fortalecida no governo Jair Bolsonaro. Também pedem que o nome escolhido pela ministra indicada, Tereza Cristina, para comandar a área tenha excelente trânsito no Itamaraty, principalmente porque o presidente eleito e o futuro chanceler, Ernesto Araújo, não são alinhados aos principais mercados do agronegócio brasileiro, como a China e os países do mundo árabe. » Sem erros. A diretoria do IPA fez chegar às entidades associadas o recado de Tereza Cristina de que terá carta branca de Bolsonaro para tomar medidas no Ministério da Agricultura sem necessariamente consultá-lo. No entanto, ficou claro que o agronegócio terá de assumir o ônus de qualquer decisão equivocada. Um grupo de trabalho foi formado no IPA para encaminhar possíveis propostas à futura ministra. » Fora do radar. A discussão sobre a mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém, em Israel, defendida por Jair Bolsonaro, não provocou no mundo árabe manifestações de compradores da carne brasileira, diz Rada Saleh. Ele mora no Líbano e é sócio diretor da Ramax Trading, empresa especializada em exportação de carne bovina halal. “Aqui a mídia não tem dado muito destaque”, diz. » A esperar. Pela experiência que tem na região, onde acumula quase dez anos entre Egito, Argélia e Líbano, Saleh diz que a reação do mundo árabe à eventual mudança da embaixada do Brasil só será conhecida “quando de fato acontecer”. “Antes, pode ter certeza de que ninguém vai falar nada, tanto pela cultura deles quanto pela atual desinformação a respeito do assunto.” » Prioridades. Saleh destaca, ainda, o peso do Brasil como fornecedor de alimentos para os árabes, “que pouco produzem e importam muito”. E, para o Brasil, o bloco árabe é o segundo maior importador do agronegócio. Por essas razões, ele acredita que uma eventual mudança da embaixada possa fazer barulho num primeiro momento. Depois, os negócios continuam. » Só elogios. A escolha de Tarcísio Gomes de Freitas para o comando do Ministério da Infraestrutura é bem-vinda no setor agropecuário, diz Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo do Movimento Pró Logística, da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja). “Ele atende muito bem à nossa necessidade. Participou da montagem do PPI (Programa de Parcerias de Investimento, que abrange concessões de obras logísticas), conhece as demandas do setor agrícola e a máquina pública e sabe dialogar”, avalia.  » Pé na estrada. Ferreira e produtores ligados à Aprosoja percorrem até a próxima quarta-feira (5) trechos de diversas rodovias federais utilizadas para o escoamento de grãos. O grupo saiu de Cuiabá (MT) na semana passada pela BR158 rumo a Redenção (PA), seguindo então pela BR-155 até Marabá (PA), por trechos da Transamazônica (BR-230) e da fatídica BR163, entre Itaituba (PA) e Sinop (MT). “Vamos levantar os problemas e avaliar o que ainda pode causar impacto negativo para o transporte da produção que agora está no campo”, diz Ferreira. » Fora de casa. O consumo global de café cresce e “migra” dos lares para as cafeterias, aponta Matthew Barry, analista de bebidas da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International. A estimativa é de que 19,4 mil cafeterias serão abertas no mundo até 2022, especialmente na Ásia – desde 2012, foram 30 mil. O maior consumo nas ruas acompanha a busca por cafés de melhor qualidade. “As cafeterias também cumprem um papel social, estimulam o encontro das pessoas”, explica Barry. » Diferente do… Técnicos do Ministério das Minas e Energia identificaram falhas na resolução da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) que regulamenta a certificação da produção eficiente de biocombustíveis, publicada semana passada. » ..original. O artigo 29, por exemplo, prevê aplicação de bônus de até 20% sobre a nota de eficiência energético-ambiental utilizada no cálculo dos Créditos de Descarbonização (CBIOs) “quando houver comprovação de emissão negativa de gases causadores do efeito estufa no ciclo de vida do biocombustível em relação ao seu substituto de origem fóssil”. O texto original, enviado há seis meses à ANP, não previa essa comparação com os combustíveis fósseis, que emitem e não reduzem as emissões, como os biocombustíveis. Estadão/ Broadcast Agro

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