É preciso rigor no licenciamento ambiental

30 de janeiro de 2019 2 mins. de leitura
Este é o caminho apontado pelo pesquisador alemão Klemens Laschefski para promover um desenvolvimento econômico estável e evitar tragédias como as de Brumadinho e Mariana
Licenciamento ambiental bem feito é essencial para evitar tragédias, como a de Brumadinho
“É preciso mudar o entendimento de que estudos de impactos ambientais e licenciamentos são entraves burocráticos para a economia”, diz Klemens Laschefski, pesquisador da UFMG
Por volta da hora do almoço da última sexta-feira, 25 de janeiro, centenas de pessoas foram surpreendidas pelo rompimento de mais uma barragem da mineradora Vale, desta vez em Brumadinho, município da região metropolitana de Minas Gerais. Sem nenhum aviso ou sirene, 1,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração da barragem B1 da Mina Córrego do Feijão desceram com a força de uma “tromba d’água” em direção ao rio Paraopeba, levando vidas e destruindo tudo o que havia pelo caminho. Até o fechamento desta edição, os Bombeiros tinham confirmado 84 mortos, 276 desaparecidos e 192 pessoas resgatadas. LEIA MAIS: > Total de produtores afetados por Brumadinho não é conhecido > Futuro é incerto para produtores rurais de Brumadinho Diante da repetição de uma catástrofe dessa proporção, ecoam perguntas como: Qual o motivo da demora do governo para agir, se um relatório de 2017 da Agência Nacional de Águas (ANA) apontava 45 barragens no Brasil com risco de romper? O que é preciso mudar no Brasil para que calamidades como a de Mariana (2015) e Brumadinho não voltem a acontecer? E por que a fiscalização ambiental é tão rígida com uma pessoa que pesca uma piaba fora da época permitida e não age da mesma forma em um empreendimento com alto potencial devastador? Para o alemão Klemens Laschefski, professor na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do Grupo de Estudo em Temáticas Ambientais (Gesta) da instituição, a flexibilização do licenciamento ambiental vem acontecendo há uma década e se agravou em Minas em 2017. Para Laschefski, “é preciso mudar o entendimento de que estudos de impactos ambientais e licenciamentos são entraves burocráticos para a economia. Em países em que há um bom planejamento, não há desastres como esses. Isso aumenta custos, mas em longo prazo traz um desenvolvimento estável”, finaliza.

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