Nabhan Garcia critica ‘desmatamento zero’

18 de outubro de 2018 2 mins. de leitura
Cotado para Agricultura e Meio Ambiente em eventual governo Bolsonaro, presidente da UDR diz que produtores não aceitam acordo ambiental
O Brasil tem de ser soberano e não pode aceitar intervenções externas de “interesses escusos”. A opinião é de Luiz Antônio Nabhan Garcia, de 60 anos, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), sobre eventuais resistências dos países signatários do Acordo de Paris a mudanças na legislação ambiental brasileira, como desmatamento – inclusive na Amazônia –, e à fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, em caso de uma vitória de Jair Bolsonaro (PSL). Um dos principais articuladores políticos do candidato do PSL no setor rural, Nabhan Garcia é cotado para assumir a pasta em um eventual governo – ele nega. “O País tem o Código Florestal, debatido por quase 20 anos, aprovado no Congresso e que vale para o País todo, inclusive para a Amazônia”, afirmou o presidente da UDR. “Se um produtor rural qualquer comprar mil hectares de terra não vai poder desmatar porque eles falam de desmatamento zero? Isso é um absurdo.” O Código Florestal prevê que proprietários de terra no bioma têm de preservar 80% de florestas dentro de suas terras na chamada Reserva Legal. Nabhan Garcia disse ainda que “a base dos produtores rurais que está com Bolsonaro” não aceita intervenções do Acordo de Paris – esforço internacional assinado por 195 países em 2015 para conter o aquecimento do planeta. “Há interesses de outros países, de ONGs e interesses comerciais. O que o Acordo de Paris nos oferece? Nada.” Segundo o dirigente, a UDR defende ainda que Bolsonaro, se eleito, tome medidas contra “cartéis e monopólios” que, segundo ele, lucram com as exportações de produtos agrícolas brasileiros nestes tempos de dólar valorizado. De acordo com Nabhan Garcia, que afirmou falar pela UDR, enquanto se fazem anúncios de safra recorde no País, “o produtor primário fica cada vez mais pobre”. “Estamos à mercê dos grandes frigoríficos e de poucas empresas de exportadores de grãos.” Confira a íntegra da reportagem de Pablo Pereira e Giovana Girardi para o Estado.

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