Gargalos logísticos perto do fim?

30 de julho de 2019 2 mins. de leitura
O setor acredita que sim, com a expectativa de conclusão da pavimentação da BR-163 e melhorias na BR-158 e restauração da BR-364
Gargalos logísticos atrasam envio de mercadorias e aumentam o custo Brasil

A falta de infraestrutura logística é um dos fatores que mais contribui para a perda de rentabilidade do agricultor brasileiro. Um produtor mato-grossense gasta US$ 111 por tonelada de grãos na rota Sorriso (MT) – Santos (SP) – Xangai, enquanto um norte-americano desembola cerca de US$ 56 para despachar a mesma quantia para Xangai.

Neste contexto foi criado o movimento Pró-Logística, que envolve dez entidades do agro, e vem reivindicando melhorias na infraestrutura do país. “A conclusão da pavimentação da BR-163, a substituição de seis pontes de madeira e metal da BR-158 por estruturas de concreto e a manutenção e restauração da BR- 364 são obras que estão sendo feitas e consideramos prioritárias para atrair investimentos da iniciativa privada para portos do Arco-Norte”, diz Edeon Vaz Ferreira, diretor-executivo do movimento Pró-Logística.


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Essas rodovias são importantes canais para o escoamento da safra de grãos para os portos do Arco-Norte, nome dado aos portos da região que ficam acima do paralelo 16, que passa por Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Ilhéus (BA). Quando as obras forem concluídas, além de desafogar os portos de Santos (SP) e Paranaguá (SP), elas reduzirão o custo logístico do produtor.

“A condição da estrada onera o nosso custo, nossa estimativa é que tivemos um prejuízo de R$ 450 milhões no ano passado”, diz Edeon Ferreira

A BR-163 é a mais problemática: há ainda 51 quilômetros de rodovia sem asfalto. Por isso, o produtor paga para o caminhoneiro entre R$ 210 e R$ 230 pela tonelada de soja transportada no trecho de Sinop (MT) a Miritituba (PA), enquanto o frete da mesma quantia na rota Sapezal (MT) a Porto Velho (RO), equivalente em quilometragem, custa R$ 165. “A condição da estrada onera muito nosso custo, nossa estimativa é que tivemos um prejuízo de R$ 450 milhões no ano passado”, diz o diretor.

Mas Ferreira está otimista. “O governo tem se mostrado positivo em relação às demandas. O ministro Tarcísio [Gomes Freitas, da Infraestrutura] é nosso conhecido, temos uma maior facilidade de diálogo e acreditamos que a BR-163 será concluída este ano.

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