Um dos grandes problemas enfrentados pela humanidade hoje é a perda da segurança alimentar. Ela acontece quando as pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente para poder viver com dignidade. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2021, 820 milhões de pessoas em todo o planeta enfrentaram essa situação.
A insegurança alimentar é um problema global. Entre as razões que causam essa situação estão crises econômicas, desigualdade social, eventos climáticos e conflitos bélicos. A pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia são dois dos fatores que agravaram a insegurança alimentar, pois colocaram vários países em recessão e geraram ondas de refugiados.
Os efeitos mais óbvios são na saúde no curto prazo, como o desenvolvimento de problemas associados à falta de vitaminas e nutrientes, perda de vitalidade e ausência de bem-estar. Mas os impactos também são sociais: uma população mal alimentada tende a permanecer na pobreza e tem pouquíssimas chances de melhorar essa situação.
No Brasil, o direito à alimentação é assegurado na Constituição Federal de 1988, mas isso não significa que ele esteja garantido na rotina de todos os brasileiros. Por conta disso, uma lei de 2010 reforçou a necessidade da segurança alimentar e nutricional de toda a população. Um decreto presidencial criou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN), no intuito de proporcionar a variedade nutricional da alimentação.
O Brasil é o terceiro produtor de alimentos do mundo e um dos grandes exportadores desse setor. Ainda assim, o País enfrenta uma situação terrível. Segundo a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 116 milhões de brasileiros enfrentam algum nível de insegurança alimentar. Como garantir que os alimentos produzidos no País cheguem à população local?
Uma das questões centrais aponta a estrutura do agronegócio brasileiro. Por mais que seja um mercado gigantesco, ele está centralizado em poucos grupos de multinacionais que controlam boa parte do setor, envolvendo produção, comercialização e transporte de produtos agrícolas com foco principalmente na comercialização de commodities, ou seja, matéria-prima bruta.
A principal questão a ser enfrentada é o alto custo dos alimentos no mercado interno. A maior parte da produção brasileira, embora seja gigantesca, está focada no mercado externo. Por isso, é preciso reforçar práticas que fortaleçam a agricultura familiar, que é responsável por 70% do abastecimento dos brasileiros. Isso envolve estímulos econômicos a esse setor, como incentivos a créditos, programas de aquisição de alimentos e foco na alimentação escolar.
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