Como as minhocas podem indicar a qualidade do solo

4 de fevereiro de 2020 3 mins. de leitura
Pesquisadores afirmam que esses organismos são importantes para detectar a presença de agrotóxicos nos terrenos

Não é de hoje que se sabe que as minhocas são muito importantes para o cultivo agrícola. Com a sua capacidade de fragmentar a matéria orgânica e agilizar a decomposição dos microrganismos, elas são excelentes biofertilizantes. Além de enriquecerem a terra, esses animais são bioindicadores da qualidade do solo.

Uma pesquisa publicada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostrou que oligoquetas, como minhocas e os enquitreídeos, podem atestar a qualidade da terra e avaliar os efeitos de agrotóxicos, metais pesados e insumos agropecuários.

Qualidade do solo

As minhocas contribuem para o funcionamento correto dos ecossistemas em que estão presentes. Como participam de processos como agregação e porosidade da terra, são consideradas “engenheiros do ecossistema”. Portanto, quando a terra sofre alguma modificação, como práticas agrícolas, pecuárias ou florestais, esses animais são afetados e, por consequência, a sua função também.

Um exemplo comum é o uso crescente de produtos nocivos no solo como resultado da demanda da indústria de alimentos, o que pode chegar até a eliminá-los do local. Então, o sumiço das minhocas de determinada propriedade deve ser um fator de alerta sobre a qualidade do terreno.

Diferenças para o clima tropical

Tema abordado pela publicação da Embrapa, a ecotoxicologia é o estudo dos efeitos das substâncias tóxicas no ambiente — e os pesquisadores ressaltam que não é simples fazer essa observação em todas as localidades. As minhocas vermelhas da Califórnia são consideradas algumas das melhores do mundo para indicar a qualidade da terra, mas, por serem originalmente de clima temperado, não alcançam o mesmo “efeito” em outros lugares.

(Fonte: Shutterstock)

A publicação levanta a possibilidade da utilização de espécies dos trópicos e que vivem dentro da terra como indicadores de ecotoxicidade terrestre. A pesquisa também sugere espécies de enquitreídeos para essa finalidade.

A importância do estudo para a sustentabilidade

O estudo da Embrapa teve a cooperação de 25 autores e contou com os pesquisadores Cintia Niva (Embrapa Cerrados) e George Gardner Brown (Embrapa Florestas) como editores técnicos.

Esse tipo de material se faz importante porque, de acordo com Brown, “pode indicar, por exemplo, a dose ambientalmente segura de agentes químicos ou biológicos utilizados no solo para controle de pragas e doenças; no monitoramento da qualidade do solo, da água e do ar”. Os estudos são uma possibilidade de definir formas de utilizar os recursos naturais com sustentabilidade.

Analisar as possibilidades que a própria natureza oferece é um caminho para encontrar soluções que não sejam nocivas para os ecossistemas do planeta.

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Fontes: Embrapa

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