Setor lácteo utiliza tecnologia para fomentar agronegócio

24 de novembro de 2020 3 mins. de leitura
Summit Agro apresentou o movimento Ideas for Milk, que reúne Embrapa, universidades e setor privado na inovação do sistema produtivo de lácteos

A tecnologia tem transformado o cenário do ecossistema leiteiro no Brasil. É o que afirma o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Paulo do Carmo Martins. Em palestra no Summit Agro 2020, o especialista falou do tamanho do segmento e da importância da introdução de novos conceitos no setor.

A Embrapa, em parceria com universidades e o setor privado, faz parte do movimento Ideas for Milk, que busca fomentar inovações na cadeia produtiva, cumprindo as novas exigências do mercado, tais como redução da pegada de carbono, biosseguridade, segurança alimentar e comércio justo.

O movimento vem sendo reconhecido pelo agronegócio brasileiro e no exterior. Martins conta que o Ideas for Milk já foi apresentado no Silicon Valley Forum, nos Estados Unidos, além de ter recebido o Prêmio de Transformação Digital em 2019 e o Prêmio Brasil 5.0 em 2020.

Setor lácteo no agronegócio

Além de leite, setor produz 70 derivados e 90 componentes, inclusive para a indústria farmacêutica. (Fonte: Pexels)

O setor lácteo brasileiro é responsável por uma cadeia produtiva que gera R$ 100 bilhões por ano — mesmo no período da pandemia. O segmento produz 70 derivados, além de 90 componentes que estão presentes em alimentos, como iogurte, e até em remédios e xampus. E, para continuar sobrevivendo, a indústria láctea precisa ser concebida sob a ótica de Food Tech, defende o pesquisador da Embrapa; a pecuária leiteira ficou associada a uma imagem de pouca responsabilidade ambiental, o que não condiz com a realidade.

Por esse motivo, outros produtos semelhantes ao leite estão ocupando o mercado com o argumento de que são mais ecológicos. Para Martins, é possível produzir leite de forma sustentável utilizando novas tecnologias e manejo adequado: “O objetivo da Embrapa não é só gerar tecnologia, mas gerar tecnologia para fazer vacas e pessoas felizes”.

Ideas for Milk

Controle da propriedade leiteira pode estar na palma da mão dos pecuaristas. (Fonte: Pexels)

“Os recursos serão cada vez mais escassos diante das demandas que a sociedade coloca, principalmente diante da velocidade de transformação que vem ocorrendo”, pondera Martins. A produção de leite tem de caber dentro do computador ou do smartphone, e “As soluções precisam ser simples, mas, para chegar a essa simplicidade, é preciso trabalhar uma complexidade muito grande”, explica o pesquisador.

É necessário combinar a utilização de inteligência a partir de dados cada vez mais amplos ou a precisão de intervenções em dimensões nano. Por esse motivo, é importante que haja união entre diversos setores para conseguir inovar. “A empresa que resolver fazer seu jogo sozinha não tem futuro”, defende Martins.

O movimento Ideas for Milk consegue, por meio de uma série de ações, promover o ecossistema da inovação reunindo pessoas envolvidas em agronomia, computação, negócios e empreendedorismo.

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