Preços de alimentos puxam inflação para nível recorde em outubro

19 de novembro de 2020 3 mins. de leitura
IPCA apresentou a maior alta dos últimos 25 anos para outubro, enquanto INPC teve maior resultado desde 2010

Os indicadores de inflação medidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentaram crescimento histórico em outubro. O aumento foi influenciado, principalmente, pela alta de preço nos setores de alimentos e bebidas e de transporte, enquanto educação e habitação tiveram queda.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro subiu 0,86%, o maior resultado para outubro desde 2002. O IPCA é o índice oficial de inflação do País e mede o impacto nas famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários-mínimos em dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Rio Branco (AC), São Luís (MA), Aracaju (SE) e Brasília (DF).

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de outubro teve alta de 0,89%, o maior resultado para o mês desde 2010. Esse indicador realiza um levantamento nas mesmas regiões do IPCA, mas para famílias com rendimento de um a cinco salários-mínimos.

Alta de preço dos alimentos

Boa parte da produção de tomate já foi colhida por conta do calor, o que diminuiu a oferta no mercado e elevou os preços em outubro. (Fonte: Shutterstock)
Boa parte da produção de tomate já foi colhida por conta do calor, o que diminuiu a oferta no mercado e elevou os preços em outubro. (Fonte: Shutterstock)

O crescimento histórico dos dois índices foi puxado pela alta de preços de alimentos e bebidas, que representou quase metade do aumento da inflação em outubro. No período, o setor teve variação de 1,93% pelo IPCA, o que significou, de forma geral, uma desaceleração com relação a setembro, quando foi registrado índice de 2,28%.

Apesar disso, o valor de alimentos para consumo em domicílio continuou subindo e teve alta de 2,57%. Em outubro, o preço do tomate ficou 18,69% mais caro, o que significou aceleração no ritmo da subida com relação a setembro, quando o indicador ficou em 11,72%.

Alguns produtos tiveram redução de preço em comparação com o mês anterior, como frutas (-1,59%) e batata-inglesa (-6,30%), que registraram alta de 2,59% e 17,01% em outubro, respectivamente.

Desaceleração

Óleo de soja teve a segunda maior alta do setor de alimentos, com influência da valorização do dólar e do aumento das exportações do grão. (Fonte: Shutterstock)
Óleo de soja teve a segunda maior alta do setor de alimentos, com influência da valorização do dólar e do aumento das exportações do grão. (Fonte: Shutterstock)

Em contrapartida, alguns produtos apresentaram índices menores do que em setembro, apesar da alta contínua. O arroz teve aumento de 13,36% e o óleo de soja, de 17,44%, enquanto as variações no mês anterior ficaram em 17,98% e 27,54%, respectivamente. No lado das quedas, destacam-se a cebola (-12,57%), a cenoura (-6,36%) e o alho (-2,65%).

A alimentação fora do domicílio teve desaceleração maior. O índice do setor passou de 0,82% em setembro para 0,36% em outubro. A diminuição do ritmo de inflação foi influenciada principalmente pelas altas menos intensas de refeição (0,41%) e lanche (0,42%), que haviam subido 0,66% e 1,12%, respectivamente, no mês anterior.

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Fonte: Agência de Notícias IBGE.

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