Brasileiro com projeto conservacionista ganha Prêmio Rolex

14 de junho de 2019 3 mins. de leitura
O biólogo João Campos-Silva foi um dos vencedores dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo por seu trabalho de preservação do pirarucu amazônico

O biólogo João Campos-Silva, 36 anos, foi um dos cinco vencedores dos Prêmios Rolex de Empreendedorismo 2019. Ele é o único brasileiro na lista dos que receberão verbas e outros benefícios por seus projetos inspiradores com objetivo de melhorar a qualidade de vida do planeta. 

O jovem conservacionista tem um plano para salvar o pirarucu, também conhecido como arapaima, maior peixe de escamas de água doce do mundo, que corre o risco de extinção. O trabalho do biólogo, especializado em ictiologia (o estudo de peixes), abrange também a preservação das comunidades nativas da Amazônia, que dependem de seus rios para sobreviver.

“O arapaima é um peixe fantástico. É enorme, podendo alcançar 3 metros de comprimento e pesar até 200 kg. Ele tem um papel fundamental na alimentação dos povos da Amazônia desde o surgimento da primeira sociedade humana na região”, explica Campos-Silva.

No entanto, a pesca predatória, a fragmentação do habitat e os impactos causados pela ação humana dizimaram as populações selvagens de pirarucu, quase provocando sua extinção em várias localidades.

Estratégia é multiplicar a mensagem de preservação

Campos-Silva acredita que esse processo possa ser revertido. No rio Juruá, na região oeste da Amazônia, o fechamento de pequenos lagos conectados aos rios – associado ao manejo cuidadoso dos estoques de peixes pela população local – resultou em uma recuperação espetacular da espécie, multiplicando por 30 o número de arapaimas.

O biólogo brasileiro planeja levar essa experiência local a um novo patamar, usando os recursos do Prêmio Rolex para ampliar o plano de preservação para 60 comunidades, compreendendo 1.200 pessoas espalhadas por 2.000 quilômetros às margens do rio Juruá. Seu objetivo é quadriplicar a população de pirarucus em três anos.

Campos-Silva vai estudar as dinâmicas ecológica, populacional e de deslocamento dos peixes gigantes em toda a região por meio de rastreamento e monitoramento por ondas de rádio de 30 indivíduos. Também vai formar 40 pescadores e pescadoras para a fiscalização da pesca predatória e os censos técnicos dos arapaimas de modo que possam manejar as populações de peixes e os lagos. 

Seu objetivo é disseminar a mensagem por meio de oficinas de educação ambiental recrutando professores locais entre 400 jovens para promover a proteção do arapaima.

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