Ambientalistas e ruralistas vão ter subcomissão na Câmara
Parlamentares que defendem o meio ambiente e o agronegócio, geralmente vistos como opostos, terão na Câmara dos Deputados uma subcomissão para promover debates e tentar obter consensos sobre assuntos que interessam a ambos. A subcomissão agroambiental ficará vinculada à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Casa.
Na agenda de trabalho da subcomissão, que deve ser instalada ainda este mês, estão temas como o combate ao desmatamento ilegal, a promoção de práticas sustentáveis como a integração lavoura-pecuária-floresta, o tratamento de resíduos e o uso da biotecnologia. O grupo será composto por integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), uma das principais forças do Congresso, e da Frente Parlamentar Ambientalista.
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“A novidade dessa subcomissão é botar ruralistas e ambientalistas de carteirinha para sentar na mesma mesa”, afirmou o deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP), presidente CMADS. Ele cita características do Brasil que podem ser oportunidades econômicas e precisam ser melhor debatidas, como a presença da maior biodiversidade do mundo e o fato de o País ter metade do território ocupado por florestas. “O mundo inteiro quer investir em conservação e o Brasil ainda não criou oportunidades para receber esses investimentos. É um debate que tem que acontecer e infelizmente a gente vê o governo brigando com o termômetro”, avalia.
Como mérito da subcomissão, o parlamentar cita o diálogo e a busca por consensos. “O núcleo da discussão ambiental no Brasil passa pelo debate sobre a questão rural. Precisamos caminhar para um agronegócio mais sustentável e o setor sabe que pode continuar crescendo sem desmatar um metro quadrado”.
O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da FPA, reforçou que o combate ao desmatamento ilegal é o primeiro tema da agenda comum e é considerado um ponto estratégico para a subcomissão agroambiental. “A ilegalidade é desleal com a maioria dos produtores rurais. Somos contra qualquer tipo de crime ambiental e defendemos a imediata aplicação do Código Florestal”.
As subcomissões na Câmara não têm poder decisório, mas servem para promover debates e exames de assuntos específicos que, depois, serão votados pela Comissão da qual fazem parte.
Confira a íntegra da matéria de Paulo Beraldo para O Estado de São Paulo.